Bolsonaro tem que apagar três tuítes com fake news sobre Lula

Tentativa frustrada foi de ligar o PT a facção criminosa em posts no Twitter. Ministros condenaram Bolsonaro de propagar desinformação

Três tuítes Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 01/09/2022 às 16:32 | Atualizado em: 01/09/2022 às 16:32

Por ordem da Justiça eleitoral, o candidato à reeleição a presidente Jair Bolsonaro (PL) deve apagar três tuítes na rede social. Neles, divulgou fake news sobre ligação entre o PT de Lula da Silva e facção criminosa.

Isso é o que decidiram nesta quinta (1º) os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O pedido foi de Lula e, dessa maneira, fica derrubada decisão anterior da ministra Maria Cláudia Bucchianeri a favor de Bolsonaro e seus posts.

No julgamento de hoje, ela foi relatora. Em agosto, ela havia negado liminar (decisão provisória) ao PT nesse processo. A ministra considerou, portanto, que não via “material manifestamente inverídico nas publicações” de Bolsonaro.

Nos três tuítes, Bolsonaro apresenta vídeo com áudio de interceptação telefônica em que membro da facção criminosa diz: “Com o PT nois (sic) tinha diálogo. O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso”.

O candidato à reeleição foi condenado no caso de propagar desinformação a respeito do adversário com os três tuítes.

Leia mais no blog de Lauro Jardim, em O Globo.

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Bolsonaro multado

Além da condenação, os ministros decidiram também multar o presidente em R$ 5 mil. Depois do voto favorável a Bolsonaro da ministra-relatora, a divergência foi aberta por Ricardo Lewandowski. Ele afirmou não ter dúvida sobre a violação à legislação eleitoral, por ver ofensa à honra de um candidato por outro, sem lastro em indícios suficientes.

“A intenção de atacar a honra alheia é manifesta e a gravidade da conduta deve ser avaliada em razão do cargo de presidente”, afirmou o ministro.

Acompanharam Lewandowski os ministros Cármen Lúcia, Mauro Campbell, Benedito Gonçalves, Sérgio Banhos e Alexandre de Moraes, o presidente do TSE.

Moraes, por sinal, disse que a Justiça eleitoral estabelecia um precedente importante com a presente decisão. Conforme ele, o TSE precisa mostrar que irá remover não só informações claramente falsas, como também publicações que se valem de informações verdadeiras mas distorcidas.

“Notícias que desvirtuam fora das redes devem ser combatidas”, afirmou.

O que diz Bolsonaro da decisão

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “prefere acreditar que a guinada jurisprudencial levada a efeito pelo TSE na manhã de hoje tenha sido concebida com o propósito específico de estimular o fair play eleitoral por parte de todos os candidatos. A partir de agora, por força do princípio da colegialidade e em nome da coerência jurídica, expressões até mais graves, a exemplo da imputação de crime, não merecem ser toleradas”.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE