Movimento cristão faz carta de defesa da justiça social e democracia
Grupo Quebrando o Silêncio afirma que o Brasil é laico e prega o pluralismo e harmonia das religiões

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 10/09/2022 às 11:35 | Atualizado em: 10/09/2022 às 11:59
Citando a passagem bíblica “Quando os justos governam, o povo se alegra; quando governa o ímpio, o povo geme (Provérbios, 29,2)”, o movimento cristão Quebrando o Silêncio lançou neste 7 de Setembro uma carta ao povo brasileiro.
Nela, os integrantes do movimento afirmam que o documento é em defesa da vida, da justiça social e da democratização do estado democrático de direito.
“O Estado brasileiro é constitucionalmente laico, portanto, nem ateu nem confessional, e nele, com pluralismo e harmonia, em espírito de respeito e tolerância, devem conviver em liberdade diferentes expressões religiosas”, diz trecho da carta.
O grupo tem representação em oito estados. São eles: Amazonas, Pará, São Paulo, Ceará, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso e Distrito Federal.
Com quatro amazonenses assinantes (Manaus, Tefé, Coari e Manacapuru), o manifesto afirma que se a democracia é o poder do povo e não o poder de alguns sobre a maioria.
Conforme o movimento, o Brasil ainda não fez a passagem do estado democrático de direito para a realidade efetiva da democratização dessas garantias: direito à vida, educação, saúde, habitação e ao emprego.
“Soa falso falar em estado democrático de direito se o Brasil oficial continua a tratar o Brasil indígena e o Brasil preto como sub-cidadãos e não como sujeitos históricos de direito. Com vigilância e compromisso ético, devemos afirmar as razões da nossa esperança, e não admitir retrocesso dos direitos constitucionalmente conquistados e inscritos na Constituição de 1988”, afirma o Quebrando o Silêncio.
Eleições livres
Na esteira do processo eleitoral, os assinantes do manifesto cristão exigem respeito à decisão soberana do povo brasileiro, assim como repudiam a ditadura.
“Queremos e lutaremos por uma sociedade mais justa, fraterna e igual, onde os valores da vida prevaleçam sobre as forças da morte. Uma pátria desarmada da violência, do ódio e da mentira. Acreditamos na força transformadora da educação que constrói o pensamento de quem não se deixa dominar”.
Autores
Do Amazonas, assinam o manifesto Nelson Peixoto, José Alcimar de Oliveira e José Amazonas de Lima, de Manaus; Manoel Gilson de Oliveira (Manacapuru), Cleverton Márcio Silva (Coari) e Vogran Leluia Santos (Tefé).
Do Pará são: Francis Aloysius Probst e Raimundo Tarcísio Maia, ambos de Santarém.
De São Paulo, Maria Regina Queiroz, Luiz Cassio Serraglio (Campinas) e Nilton César de Paula (Lorena).
Outros assinantes: Almir Dias Simões e Eduardo Hoornaert (Salvador/BA), Luis Antônio Caon (Florianópolis/SC), Francisco Carlos Machado (São Félix do Araguaia/MT), Sônia Maria Alencar (Brasília/DF) e Claudete e Geraldo Frencken (Fortaleza/CE).
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Carta aos falsos cristãos
Leia a carta, íntegra:
Foto: Marcelo Silva de Sousa/Reprodução