PL de Bolsonaro pega engenheiros do ITA e investe contra urnas
Por lei, partidos e coligações tĂªm direito de apresentar ao TSE especialistas para participar da fiscalizaĂ§Ă£o do processo eleitoral

Publicado em: 12/09/2022 Ă s 10:24 | Atualizado em: 12/09/2022 Ă s 10:24
O PL de Jair Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto se nega a informar quanto estĂ¡ pagando a quatro engenheiros indicados pelo partido para fiscalizar e auditar as urnas e o sistema de votaĂ§Ă£o do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. O trabalho do grupo Ă© a mais nova aposta da ala radical da campanha bolsonarista para questionar o processo eleitoral.
A legenda indicou os engenheiros a pedido do prĂ³prio Bolsonaro. Liderado por Carlos Rocha, o grupo Ă© conhecido por fazer crĂticas Ă segurança do sistema de votaĂ§Ă£o, bem na linha do que o presidente vive pregando.
Os engenheiros, formados pelo Instituto TecnolĂ³gico da AeronĂ¡utica, o ITA, integram o Instituto Voto Legal, uma associaĂ§Ă£o privada aberta no ano passado que diz reunir experts no processo de votaĂ§Ă£o brasileiro.
Por lei, partidos e coligações tĂªm direito de apresentar ao TSE especialistas para participar da fiscalizaĂ§Ă£o do processo eleitoral.
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Como era de se esperar, a sigla de Bolsonaro fez as suas indicações a dedo, apontando um grupo conhecido por fazer reparos à segurança do sistema.
Inicialmente, o partido indicou o prĂ³prio instituto. Depois, mudou o plano e optou por indicar os nomes dos engenheiros ligados Ă entidade, na pessoa fĂsica, como consultores.
Carlos Rocha, o principal deles, jĂ¡ fez questionamentos sobre as urnas em vĂ¡rias ocasiões, publicamente.
A expectativa dos integrantes mais radicais da campanha de Bolsonaro Ă© que Rocha e os demais especialistas repitam a postura dos militares indicados pelas Forças Armadas — e que façam algum barulho antes e depois das eleições, especialmente se o presidente sair derrotado. Ou seja: o plano Ă© mesmo criar confusĂ£o.
Procurado pela coluna, o comando do PL se negou a informar quanto o partido pagarĂ¡ aos quatro engenheiros. Os valores sĂ³ deverĂ£o ser declarados ao TSE apĂ³s o perĂodo eleitoral.
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Foto: divulgaĂ§Ă£o