Um projeto pioneiro, da rede Origens Brasil, busca exaltar a maior floresta tropical do mundo ao promover negócios que celebram a Amazônia viva e seus povos.
Criada em 2016, a rede funciona como um elo entre produtos de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outras populações de áreas protegidas na região, e empresas de vários setores.
Dessa maneira, o objetivo é promover a conexão comercial e gerar impactos positivos para essas populações.
Conforme os organizadores da iniciativa, não há como pensar no futuro da Terra sem olhar para a floresta e toda riqueza natural e humana que ela tem.
Portanto, valorizar a sociobiodiversidade virou elemento-chave na equação dos valores que guiam esses negócios.
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Parcerias
Instituições e organizações parceiras da rede apoiam as comunidades na resolução de dificuldades que possam surgir, por exemplo, na estruturação da cadeia de produção, logística de vendas e capacitação para desenvolvimento de um produto.
Ao todo, a rede conta com 71 organizações comunitárias e instituições de apoio técnico local.
Em 6 anos de existência, o empreendimento criado pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e ISA (Instituto Socioambiental) vê o número de empresas cadastradas aumentar a cada ano.
Desse modo, já são 35, chegando a um total de mais de R$ 13,2 milhões de movimentação financeira acumulada desde 2016.
A lista de empresas reúne nomes grandes em seus setores de atuação, como Natura, Wickbold, Osklen e Havaianas.
Além da Vert, marca brasileira de calçados que usa borracha amazônica na produção, Mãe Terra, marca de alimentos naturais e orgânicos pertencente à Unilever, e a Manioca, startup que comercializa, para o Brasil e o exterior, produtos regionais provenientes da biodiversidade.
Potência
“Precisamos jogar luz sobre a economia oculta da floresta”, diz Patrícia Gomes, gestora e articuladora da Origens Brasil.
No entanto, alguns produtos têm maior oferta que demanda e em outros casos, mais demanda que capacidade de entrega.
De acordo com Patrícia, Castanha, cumaru, borracha e pirarucu são os mais negociados dentro da rede.
“Trabalhamos atualmente com 66 produtos e ingredientes. Eles são veículos de histórias, tradições e saberes da floresta”, afirma.
Na lista é possível encontrar desde alimentos, como as tradicionais castanhas do Pará, o peixe pirarucu, concorrida matéria-prima da culinária amazônida, e o cumaru, a “baunilha da Amazônia”, até óleos essenciais, biocosméticos e artesanatos.
Conforme a gestora, são como “pacotes de soluções” para uma economia sustentável na floresta, que preserva histórias, cultura e saber tradicional dos povos.
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Foto: Luiz Cunha/Reprodução