A ‘herança maldita’ de Bolsonaro ao novo governo Lula

Pelo menos 401 decretos ou medidas editadas pelo presidente derrotado precisam ser revistas para garantir a preservação ambiental

Desmatamento da Amazônia é alto pelo terceiro ano seguido de Bolsonaro

Ferreira Gabriel

Publicado em: 05/11/2022 às 09:58 | Atualizado em: 05/11/2022 às 09:58

O terceiro governo do presidente eleito Lula da Silva (PT) deve receber heranças negativas do governo de Jair Bolsonaro, principalmente no Meio Ambiente.

Alta no desmatamento por três anos consecutivos, recorde de queimadas no Pantanal, aumento na emissão de gases de efeito estufa, mais devastação ligada à grilagem de terras, crescimento das invasões de terras indígenas por garimpeiros e madeireiros, paralisação do Fundo Amazônia, aumento na liberação de agrotóxicos e diminuição da fiscalização de crimes ambientais, integram a lista da herança maldita de Bolsonaro.

Combater esses crimes ambientais, segundo a análise de especialistas, serão desafios para o próximo governo federal antes mesmo da posse em 1º de janeiro de 2023.

Na avaliação de entidades e especialistas, os principais desafios que o governo Lula terá pela frente são:

  • Conter o desmatamento e as queimadas
  • Rever programas de gestão das Unidades de Conservação
  • Eliminar a grilagem de terras públicas
  • Atuar nas terras indígenas, garantindo a demarcação dos territórios
  • Reativar o Fundo Amazônia e o PPCDAm/PPCerrado
  • Reestruturar os órgãos ambientais, com um quantitativo adequado e recursos necessários
  • Conter o aumento nos gases de efeito estufa e regular o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões
  • Rever os atos de comando e controle e de conversão de multas ambientais

Parte desses desafios consta em um relatório divulgado pelos especialistas do projeto Política por Inteiro, que monitora atos normativos relacionados ao meio ambiente. Entre outros pontos, o grupo listou 401 decretos ou medidas editadas por Bolsonaro que precisam ser revistas para garantir a preservação ambiental.

Leia mais na matéria de Mariana Garcia e Roberto Peixoto no G1

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Foto: Victor Moryama/Divulgação-Greenpeace