A escolha de nomes para o ministério de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve incluir um cálculo para evitar desfalques na base política do governo, principalmente no Senado.
O presidente eleito indicou a aliados que vai calibrar essas indicações, o que pode impactar a composição de primeiro escalão projetada pelos petistas.
Ao menos seis senadores, entre atuais e eleitos, estão na bolsa de apostas para ocupar ministérios do futuro governo. Três deles são considerados peças-chave: Flávio Dino (PSB-MA), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA).
O trio compõe a lista de favoritos de Lula para algumas das funções mais relevantes da Esplanada, como Justiça, Casa Civil, Economia e Defesa.
Lula não abriu mão de nenhum desses nomes, mas avisou a petistas que levará em conta a perda de capacidade política que essas nomeações poderão ter no Congresso.
Os senadores teriam que se licenciar de seus mandatos para assumir cargos no governo, o que deixaria as vagas no Legislativo nas mãos de suplentes.
Ainda que esses substitutos sejam considerados aliados, Lula acredita que o governo poderia perder a capacidade de articulação e a liderança de políticos experientes.
O risco seria considerável dentro de um Senado que elegeu representantes de peso do bolsonarismo na última eleição -como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União-PR) e Damares Alves (Republicanos-DF).
Em uma reunião com aliados no início da semana passada, Lula afirmou que só voltaria a discutir a formação do novo governo depois de retornar de um descanso no litoral da Bahia.
Uma das interrogações na lista de ministros é a quantidade de senadores que o petista estará disposto a tirar do Congresso para entrar no governo.
Leia mais na matéria de Julia Chaib e Bruno Boghossian na Folha de S. Paulo
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Foto: Divulgação/PT