O delegado Alexandre Saraiva está com sua função suspensa na Polícia Federal até que seja concluída uma investigação sobre a investida dele na carreira política. Ele serviu em Manaus, concorreu a deputado federal pelo Rio de Janeiro, mas não se elegeu.
Saraiva ficou conhecido por denunciar o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por interferência em investigações contra madeireiros. Salles, por sua vez, elegeu-se deputado federal pelo PL de São Paulo.
Saraiva foi notificado na última sexta-feira (11/11) sobre a investigação, sendo afastado automaticamente do cargo até conclusão da apuração, conforme a publicação do site O Antagonista.
Interesse político
De acordo com a portaria de instauração do PAD, Saraiva teria “buscado angariar notoriedade para concorrer a cargo político-partidário, mediante uso indevido do cargo público, através da concessão de reiteradas entrevistas a veículos de imprensa, sem prévia autorização ou interveniência do órgão de comunicação social respectivo, bem como de intenso ativismo político em redes sociais”.
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Ele terá de entregar sua arma e distintivo, enquanto responde ao PAD, no qual terá a oportunidade para apresentar sua defesa.
Para o delegado, o processo seria uma retaliação. Ele ressalta que o PAD deveria tramitar no Rio, onde está lotado, e não em Brasília. “Isso é Tribunal de Exceção. Fui a única voz na PF que se insurgiu publicamente contra a destruição da Amazônia.”
“Terei que entregar a minha arma e a carteira funcional, ficarei desarmado, e estou em uma lista de ‘procurados’ pelo PCC, provavelmente por conta das ações na Amazônia, porque as datas coincidem. Tem inclusive inquérito instaurado. Estão fazendo comigo, mais ou menos, o que fizeram com o Bruno Pereira da Funai, tiram o cara da instituição, ele fica exposto e o crime vai pra cima.”
Com informações do O Antagonista .
Foto: reprodução/TV Globo