O novo presidente do PSDB Amazonas, senador Plínio Valério, disse a nessa sexta-feira (18) que não votará a favor da PEC da Transição.
A proposta de emenda à Constituição, a ser apresentada pelo governo do presidente eleito, Lula da Silva (PT), ao Congresso Nacional, quer recompor o orçamento da União para poder pagar os R$ 600 do Bolsa Família.
No entanto, Plínio Valério foi às redes sociais e disse o seguinte:
“Do jeito que enviaram a ‘PEC sem Teto’, não voto a favor nem a pau. Caso contrário seria aceitar a condição de ‘mané’ que o PT e o ministro Barroso querem nos impor”, tuitou o presidente do PSDB Amazonas.
Valério prossegue, dizendo que o Congresso Nacional não é quintal do PT. “E nós, brasileiros, não somos manés”.
Reação de Barroso
A fala do senador amazonense faz referência à expressão dita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a um apoiador do presidente Bolsonaro no último dia 15 de novembro.
Quando o bolsonarista o abordou em Nova York, sobre o código-fonte da urna eletrônica, Barroso respondeu: “Perdeu mané, não amola!”.
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Contramão
Dessa forma, o novo comandante tucano, no Amazonas – eleitor declarado de Jair Bolsonaro – ao se manifestar contra a PEC da Transição, pode se isolar e ir na contramão da maioria do PSDB, inclusive no Senado.
Isso porque Plínio Valério foi um dos poucos membros do partido que declarou voto em Bolsonaro no segundo turno das eleições.
Líderes, como Fernando Henrique Cardoso, e senadores do PSDB, como Tasso Jereissati (CE) e José Serra, manifestaram apoio à candidatura Lula-Alckmin em 30 de outubro.
Acordos e costuras
Por conta disso, o novo governo eleito deverá buscar apoio do PSDB, em votações importantes, assim como a possibilidade de um ou mais nomes ligados aos tucanos integrarem o futuro governo petista.
Sendo assim, com essa postura de oposição declarada, Plínio Valério e o PSDB do Amazonas poderão ficar isolados dentro e fora do Congresso Nacional.
Foto: Agência Senado