Ramos acusa Bolsonaro de desmontar indústria e orçamento
Da equipe de transição de Lula, deputado aponta recuo de investimento no setor de R$ 3,5 bilhões para R$ 61 milhões.

Ednilson Maciel
Publicado em: 24/11/2022 às 12:16 | Atualizado em: 24/11/2022 às 12:16
Em sua primeira reunião presencial no grupo de trabalho da transição de Lula da Silva (PT), o deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) acusou o governo Bolsonaro de grave desindustrialização do país.
Conforme dados do portal da transparência do governo que aponta, houve redução de mais de 98% do orçamento dos setores da indústria, comércio e serviços.
Os números explicam porque o país tem dificuldade de retomar uma rota de crescimento econômico e de reduzir o desemprego. Em 2010, o Brasil aplicou um total de R$ 3,5 bilhões nesses setores estratégicos. Em comparação com o orçamento deixado pelo atual governo para essas ações em 2023, de apenas R$ 61,6 milhões, observamos um recuo devastador de mais de 98%.
De acordo com Ramos, não existe país próspero sem uma indústria forte. Dessa maneira, propõe reformulação no orçamento com o governo Lula. Ele defende, portanto, mais investimentos diretos nos setores que mais geram emprego e renda no país.
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Gargalo tributário
No grupo de trabalho, Ramos denunciou ainda que Bolsonaro criou ainda problema na questão tributária que contribui para esvaziamento do parque industrial. Sobretudo na Zona Franca de Manaus (ZFM).
“Não podemos seguir nesta escalada permanente de desonerações das alíquotas do Imposto de Importação, feita pelo governo atual, que contribuiu para o esvaziamento da indústria”.
Segundo Ramos, a abertura comercial criada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não vem calibrada com redução do chamado custo Brasil. Além disso, isso foi feito sem qualquer estratégia e diálogo com os setores impactados.
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‘Revogaço’ de leis bolsonaristas
O deputado federal afirmou também que portaria recente do governo Bolsonaro trouxe mudança estrutural nas leis de informática da ZFM e do país.
Conforme avalia, tais alterações quebram um pacto firmado quando da formulação das novas leis, já aprovadas e sancionadas.
“Nosso objetivo final é propor o ‘revogaço’ dessa e outras portarias, de modo a dar mais flexibilidade aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para aplicação em pesquisas no setor da bioeconomia”, afirmou.
Foto: divulgação