Brasil tem 22.559 obras paralisadas (em 2018 eram 38,4 mil), mas 8.674 (em 2018 eram 14,4 mil) deles foram interrompidos – o equivalente a 38,5% do total. Em dinheiro público representam R$ 27,2 bilhões.
De acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), os números representam também quatro a cada 10 obras interrompidas.
O total investido nessas obras paralisadas é de R$ 27,2 bilhões, de acordo com a corte em publicação no Metrópoles.
Para fazer o levantamento, o TCU reuniu informações dos principais bancos de dados oficiais do país.
Com essa quantidade de obras paralisadas, a falta dos serviços que seriam disponibilizados afeta milhares de pessoas.
Inúmeros brasileiros teriam suas vidas melhoradas por essas estruturas ou mesmo dependem delas; este é o problema mais grave, segundo a gerente de projetos da ong Transparência Brasil, Marina Atoji.
Dessa forma, o acesso desses cidadãos a direitos como saúde, educação, transporte, saneamento fica gravemente prejudicado.
“Outro problema é o desperdício de dinheiro público. Como as estruturas que chegam a ser construídas se deterioram com o tempo de paralisação, o custo final da obra, caso seja retomada, aumenta, pois é necessário fazer reparos nessas partes, ou mesmo reiniciá-la do zero”, aponta Atoji.
Isso porque a estrutura ficou tanto tempo à mercê das intempéries que não serve mais. “Ao fim, também prejudica o acesso a direitos, pois o gasto público é feito com ineficiência e compromete o investimento em outras áreas”, continua a especialista.
Série histórica
O TCU atualiza os dados a cada dois anos. Em 2020, o Brasil tinha 27,1 mil obras – dessas, 7,9 mil estavam paralisadas.
Procurado pelo Metrópoles, o tribunal explicou que a redução significativa no quantitativo de construções paralisadas decorre da ausência de lançamento de dados nos sistemas informatizados federais, das modificações nos critérios de enquadramento como obra paralisada, e de sua conclusão.
Áreas prejudicadas
Hoje, metade das obras paralisadas seria aplicada na área da educação, de acordo com o levantamento do TCU. São cerca de 4,4 mil empreendimentos interrompidos.
Em seguida, estão saneamento (388 obras paralisadas); saúde (289); infraestrutura de transporte (277); agricultura (161); habitação (126); turismo (66); e defesa civil (25).
Já em relação à unidade federativa, Maranhão é o estado com mais obras paralisadas: 905. Na sequência, estão Bahia (807), Pará (671), Minas Gerais (657), Ceará (577) e Goiás (484).
Leia mais no Metrópoles
Foto: