O presidente Lula da Silva (PT) realizou nesta sexta-feira (06/1) a primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto. Passados seis dias de sua posse, com definição completa da Esplanada do Ministérios, ainda estão pendentes as indicações do segundo e terceiro escalões. Mas, até agora, nenhuma sinalização de nome do Amazonas para algum cargo no governo. Por enquanto, só especulação.
A esses cargos secundários, por exemplo, mas não menos importantes, já têm nomes e sobrenomes indicados de diversos estados, partidos e organizações sociais.
No entanto, o estado do Amazonas continua no vácuo político das indicações do governo Lula, cuja maioria da atual bancada – 6 de 11 parlamentares – declarou apoio ao presidente nas últimas eleições.
Na equipe de transição, o Amazonas contou com mais de 15 indicações e participou de diversos grupos de trabalho, como das questões indígenas, meio ambiente, desenvolvimento regional, indústria e comércio.
Por conta disso, acreditava-se que dali sairiam nomes do estado para compor o governo eleito, tanto participações em ministérios quanto em autarquias e outros órgãos.
Dessa forma, a primeira indicação cogitada foi a do deputado federal Marcelo Ramos (PSD).
Sem conseguir a reeleição em 2022, dizia-se que o parlamentar poderia até mesmo assumir o Ministério da Indústria e Comércio ou então sua secretaria-executiva.
Mas, a pasta ficou com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é do PSB. Por outro lado, o PSD, de Ramos, acabou ficando com o Ministério de Minas e Energia.
Minas e Energia
Sob o comando do senador Alexandre Silveira (PSD-MG), Ramos voltou a ser cogitado a assumir secretaria-executiva do ministério.
Segundo o parlamentar, foi a bancada do PSD no Senado, que tem Omar Aziz como integrante, quem pleiteou a vaga.
Mas, o ministro disse que precisaria de um nome técnico para o posto já que ele, Alexandre Silveira, não é da área de energia.
De acordo com Ramos, ofereceram-lhe outro lugar, mas ele recusou por ter proposta mais vantajosa, na iniciativa privada, e que não abriria mão da segurança financeira por questões políticas.
“Não tinha condições de assumir outro cargo por questão financeira. Outra proposta não justificava um movimento político para um cargo que não fosse de secretário executivo, pois, o que tenho de oferta, na iniciativa privada, é incomparável com os salários que o governo paga”.
Ramos acrescentou que há ainda uma proposta de ele participar do conselho de alguma estatal, mas vai avaliar mais para frente, pois, agora está cuidando de organizar “suas coisas”.
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Suframa sem nome
O estado do Amazonas inteiro também aguarda com expectativa o nome de quem vai assumir a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Desde a eleição do presidente Lula, já figuraram na lista para comandar autarquia nomes como o próprio Ramos, e dos deputados Bosco Saraiva (Solidariedade) e Serafim Corrêa (PSB).
Porém, o nome do Amazonas que mais ganha força para integrar o governo é o do deputado José Ricardo Wendling (PT), que não se reelegeu agora.
Por meio de carta aberta, o petista já recebeu apoio dos reitores dos institutos federais de educação dos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.
Assim como têm o apoio do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Associação dos Economistas pela Democracia, Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica e Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Deputados Marcelo Ramos (PSD) e José Ricardo (PT) aparecem nas listas de indicações Fotomontagem: Alex Fideles/BNC Amazonas
Sem convite
Embora venha circulando no meio político e no núcleo central do governo Lula, Ricardo afirma que não recebeu nenhum convite formal do governo.
Nos circuitos de Brasília, o parlamentar já se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin
No entanto, o ainda deputado defende um nome para a Suframa que seja da região, principalmente do Amazonas.
“É preciso alguém que conheça a nossa economia, a Zona Franca de Manaus e tenha expertise, experiência com o modelo”.
Corrobora a tese de Ricardo as entidades que representam a indústria do Amazonas.
Os dirigentes da federação e do centro das Indústrias (Fieam e Cieam) querem alguém para a Suframa que compreenda os problemas enfrentados pelo modelo e que dialogue com os empresários.
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República