A idolatria e o amor pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou ocasionando um pedido de divórcio.
O primeiro sinal veio quando Bolsonaro ganhou a eleição em 2018 e o marido da policial civil Marina (nome fictício) chorou de emoção ao ver seu candidato eleito.
Ela percebeu ali que a idolatria estava passando um pouco dos limites, mas limitou-se a brincar com o assunto.
Quando veio a pandemia, as brigas ficaram acentuadas. Ela, que é policial civil, não concordava com a postura do ex-presidente durante a crise sanitária.
“Ele respondia que eu havia vindo de faculdade de esquerda [ela cursou uma universidade federal em uma cidade baiana], estava doutrinada e não poderia falar de política porque não tinha a experiência de vida que um empresário teria”, conta.
O argumento dele era que quem não tinha posses não poderia falar de política, então Marina evitava o assunto em casa pelo tempo que durou o governo.
As diferenças entre os dois ficaram muito mais evidentes. Os pais dele são religiosos, e os dela não têm religião definida, por exemplo. Em 2022, a relação ficou insustentável.
“Ele havia começado a frequentar um clube de tiro e mudou radicalmente de comportamento. Só pensava em armas o tempo todo”, conta a policial civil que, pela profissão, tem porte de arma, mas não gosta de andar armada.
A gota d’água
Durante a eleição, Marina participou de uma conversa com amigos em que o marido confessava estar coagindo funcionários a votarem em Bolsonaro pois, caso Lula vencesse, seria obrigado a demitir toda a equipe. Ela afirma que tentava argumentar, mas era diminuída com frases como “você é burra”, “você não tem nenhuma posse, como quer conversar sobre isso?”.
Mais tarde, após a vitória de Lula, o clima pesou. O marido afirmou que não poderia arcar com as despesas da casa e do filho, pois “as fazendas seriam invadidas e os empresários e comerciantes não ganhariam mais dinheiro”. A informação não é verídica. Ela conta que foi ameaçada a ter de pagar todos os gastos pois a culpa era dela por ter votado no PT.
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Foto: Fábio pozzebom-agência brasil