PF é autorizada a acessar tudo que foi investigado pela CPI da covid

Barroso permitiu que os investigadores tenham acesso ao material, inclusive o sigiloso, guardado diretamente na Casa Legislativa

Barroso vê risco na Saúde e suspende piso salarial para a enfermagem

Ferreira Gabriel

Publicado em: 04/05/2023 às 19:37 | Atualizado em: 04/05/2023 às 19:38

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou nesta quinta-feira (4) que a Polícia Federal tenha acesso integral ao acervo digital de dados reunidos pela CPI da Covid, do Senado, inclusive o material preservado de forma sigilosa pela comissão.

O colegiado, que funcionou no Senado entre abril e outubro de 2021, investigou as ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.

Ao final, a CPI produziu um relatório que foi enviado à Procuradoria-Geral da República. Com base nestas conclusões, a PGR encaminhou ao Supremo Tribunal Federal apurações preliminares contra o ex-presidente, ministros e aliados.

Em uma destas apurações, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso tinha determinado o encaminhamento das conclusões da CPI à Polícia Federal, para que os investigadores sistematizassem os dados.

O objetivo era fornecer base de informações para que a PGR avaliasse quais eventuais providências poderiam ser tomadas quanto às acusações da comissão de que Bolsonaro e seus filhos Flávio e Eduardo, além de ministros e parlamentares bolsonaristas teriam cometido o delito de incitação ao crime.

Para realizar o trabalho, a PF pediu mais prazo em outubro do ano passado, argumentando que ainda não tinha o acesso a todas as mídias produzidas pela CPI.

Na mesma ocasião, a PGR defendeu que o caso fosse arquivado. Mas Barroso afirmou que só decidiria sobre este pedido depois da análise do relatório sobre o material a ser produzido pelos policiais federais.

Em dezembro, a PF ponderou ao Supremo que, para preservar a validade das provas que seriam produzidas, seria mais adequado receber a cópia integral do acervo da CPI, incluindo documentos sigilosos, diretamente do Senado. A Casa Legislativa argumentou, no entanto, que para isso era necessário autorização judicial.

Agora, com a decisão do ministro, os investigadores poderão ter acesso ao material completo.

Leia mais na matéria de Fernanda Vivas e Márcio Falcão no G1

Leia mais

Homens de Bolsonaro no STF votam pelo indulto a Daniel Silveira

Foto: Dorivan Marinho-sco-stf