Amazônia: CPI de Plínio Valério para investigar ongs ganha força

Plínio Valério (PSDB-AM) acredita que a CPI pode alertar o Brasil e até mesmo europeus bem intencionados sobre como as ONGs se beneficiam da Amazônia.

Publicado em: 09/05/2023 às 07:30 | Atualizado em: 09/05/2023 às 07:43

Comissões parlamentares de inquérito sempre são motivo de embate entre governo e oposição, e a CPI das ONGs não é exceção.

Após o requerimento para a formação do colegiado ser lido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há mais de um mês, somente na semana passada os partidos começaram a indicar os parlamentares que farão parte da comissão.

A informação é de Raphael Pati, publicada no Correio Braziliense.

A oposição vê na investigação sobre a atuação das organizações não governamentais na Amazônia uma oportunidade para desgastar o Palácio do Planalto, especialmente após a perda de força da CPI do 8 de Janeiro e as dúvidas sobre a instalação da comissão que investigará o Movimento dos Sem Terras na Câmara dos Deputados.

A oposição argumenta que é necessário expor a atuação das ONGs, que, segundo alguns parlamentares, estão na região para fazer doutrinação esquerdista das nações indígenas e servir como biombo para o contrabando de elementos de biotecnologia.

Por sua vez, os senadores governistas acreditam que a iniciativa é mais uma tentativa de propagandear a velha cantilena, que vem desde a ditadura militar, de que as ONGs na Amazônia são agentes de outros países interessados nas riquezas da região.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) critica a CPI das ONGs, afirmando que ela “carece de clareza” na delimitação do seu objeto e, por isso, inviabiliza suas atividades.

Já o senador Plínio Valério (PSDB-AM) acredita que a CPI pode alertar o Brasil e até mesmo europeus bem intencionados sobre como as ONGs se beneficiam da Amazônia.

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Mesmo entre os indígenas, há quem defenda a instalação da CPI das ONGs.

A líder indígena do Xingu, Ysani Kalapalo, critica a atuação das organizações na região, inclusive a Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX), que teria utilizado recursos repassados pelo Instituto Socioambiental (ISA) de maneira indevida para cooptar e influenciar caciques na tomada de decisões estratégicas dentro das tribos.

A ATIX preferiu não se manifestar sobre as acusações, enquanto o ISA não respondeu às solicitações de informações.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado