Bolsonaro diz que não vai ser preso nem ficar inelegível
O ex-presidente também comenta sobre processos no TSE e os ataques ocorridos em janeiro.

Diamantino Junior
Publicado em: 19/05/2023 às 10:13 | Atualizado em: 19/05/2023 às 10:13
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alega ser alvo de perseguição após prestar seu terceiro depoimento à Polícia Federal em dois meses. A informação é do Correio Braziliense.
Em uma entrevista à revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (19/5), Bolsonaro afirma que ele e seu círculo próximo estão sendo constantemente monitorados desde 2021. Ele expressa sua surpresa com a intensidade da perseguição, mencionando que, logo após depor, cópias de seu depoimento já estavam sendo veiculadas na televisão. Bolsonaro se sente indignado com essa situação e considera isso um “esculacho”.
Questionado sobre o receio de ser preso, o ex-presidente afirma que não vê motivos para tal medida. No entanto, sem citar nomes, ele sugere que existem pessoas interessadas em prendê-lo para manchar sua reputação como “ex-presidiário”. Bolsonaro faz uma referência ao caso da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, que assumiu a presidência após a renúncia de Evo Morales, mas posteriormente foi presa e condenada a dez anos de prisão por supostos atos antidemocráticos. Ele utiliza esse exemplo para reforçar sua posição de que há um risco real de serem tomadas medidas extremas contra ele.
Recentemente, Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal sobre um suposto esquema de falsificação no cartão de vacina. Durante esse depoimento, ele foi questionado sobre conversas registradas nos celulares de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e dele próprio, que foram apreendidos durante uma operação policial. Bolsonaro nega qualquer envolvimento em irregularidades.
O ex-presidente também aborda as ações que correm no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nega a possibilidade de ser declarado inelegível. Uma dessas ações diz respeito a uma reunião que ele teve com embaixadores em 2022, na qual levantou dúvidas sobre a lisura do sistema eleitoral, sem apresentar provas. Bolsonaro argumenta que esse encontro era uma prática comum do presidente e que não havia nada de anormal nele. Ele ressalta que sua intenção era buscar transparência no sistema eleitoral brasileiro.
Em relação aos ataques ocorridos em 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, Bolsonaro os classifica como “coisa infeliz” e condena a violência. Ele afirma que esses atos prejudicaram tanto ele quanto a direita política, além de fortalecerem a esquerda. Bolsonaro destaca que não justifica a destruição do patrimônio público e que os responsáveis pelos atos eram marginais que aproveitaram a boa-fé de seus seguidores. Ele menciona que a divulgação das imagens desses atos foi benéfica, pois mostrou que ele não estava envolvido e evitou especulações sobre seu suposto envolvimento intelectual nesses eventos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil