Um manifesto intitulado “Massacre do Abacaxis: uma operação de extermínio” foi divulgado pelo “Coletivo Pelos Povos do Abacaxis” durante uma entrevista coletiva realizada na Cúria Metropolitana de Manaus. A informação consta em matéria publicada no portal Instituto Humanitas Unisinos .
O documento busca exigir justiça pelos supostos crimes cometidos contra os povos tradicionais que habitam as regiões dos rios Abacaxis e Mari-Mari, nos municípios de Nova Olinda do Norte e Borba, no Amazonas.
Segundo o documento, a operação policial ocorrida em agosto de 2020 resultou na morte de dois indígenas Munduruku, quatro ribeirinhos e diversos relatos de torturas e violações de direitos humanos.
Os dois ex-integrantes da alta cúpula da Segurança do Estado do Amazonas, coronel Louismar Bonates e coronel Ayrton Norte, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de homicídio, tortura, associação criminosa, cárcere privado e obstrução.
No entanto, as organizações que assinam o manifesto cobram a identificação e responsabilização de todos os envolvidos no massacre e a proteção das testemunhas.
Além disso, destacam a necessidade de cumprir uma decisão judicial que determina a implantação de uma base móvel da PF na região do rio Abacaxis para conter atividades ilegais de garimpeiros e outras ameaças contra os indígenas e ribeirinhos.
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O Coletivo Pelos Povos do Abacaxis denuncia que, após as operações policiais de 2020, a região continua sofrendo com invasões de garimpeiros, intimidações, ameaças e agressões.
Os episódios de violações de direitos humanos geram insegurança e traumas para os moradores da região. As entidades também criticam a rotatividade de delegados e juízes no caso, que consideram uma manobra para interferir na continuidade das investigações e garantir a impunidade.
As investigações do caso seguem em andamento e sob sigilo, segundo a Polícia Federal.
O documento afirma que a população aguarda por justiça e a identificação de todos os envolvidos no massacre.
O manifesto recebeu apoio de diversas entidades, incluindo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissões Pastorais da Terra, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro Residentes em Manaus.
Foto: divulgação