O espetáculo da floresta trouxe a defesa dos direitos humanos nas três noites dos bois-bumbás no 56º Festival Folclórico de Parintins. Tanto o Caprichoso quanto o Garantido levaram a inclusão de pessoas com deficiência, o empoderamento feminino e a população LGBTQIAPN+ para a arena.
Os povos originários foram destaque nas três noites de apresentação, com foco na celebração da resistência indígena e quilombola em meio a tantas ameaças e perdas de espaços e territórios.
Edmundo Oran, apresentador do touro preto, bradou “viva a diversidade dos povos da floresta ”; já Israel Paulain, apresentador do boi do povão, garantiu “queremos todas as vidas vivas!”, enquanto apresentavam a defesa da população LGBTQIAPN + que sofre recorrentes crimes e atentados.
Paula Gomes, do Caprichoso, cantou o amor livre na toada “Toda forma de amor” na última noite, enquanto as cores da bandeira LGBTQIAPN + foram destacadas na galera e nas indumentárias de seus itens e no próprio boi.
Lívia Cristina, porta-estandarte do Garantido e integrante da população LGBTQIAPN+ teve seu traje colorido com as seis cores da flâmula, além do próprio estandarte colorido com os tons da bandeira. Mulheres trans também tiveram espaço na apresentação.
Os bois da baixa de São José e da Francesa tiveram toadas com tradução na linguagem brasileira de sinais (libras) e o Garantido apresentou um usuário de cadeira de rodas como integrante da composição de dançarinos.
A força feminina foi exaltada por meio das tuxauas – figuras de liderança nos povos indígenas tradicionalmente representada por homens – com mulheres defendendo o posto e simbolizando as tantas chefes de família.
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Foto: divulgação/Secom