Na madrugada desta sexta-feira (7), a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, resultando em mais uma derrota para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo após sua condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral e seu empenho em articular contra a proposta, seu partido, o PL, não seguiu integralmente suas orientações. Dos 99 deputados da sigla, 20 votaram a favor da reforma no primeiro turno e 18 no segundo.
A votação da reforma tributária obteve números expressivos, com 382 votos favoráveis na primeira rodada e 375 na segunda. A postura adotada por Bolsonaro gerou problemas para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, que foi vaiado durante uma reunião do PL por não se opor à reforma tributária.
Durante o encontro, compartilhado por bolsonaristas nas redes sociais, Bolsonaro afirmou a necessidade de mais tempo para chegar a um consenso, sendo aplaudido pela plateia. Em seguida, o ex-presidente cedeu a palavra a Tarcísio, mas interrompeu o governador mais uma vez, declarando que, se o PL estivesse unido, nada seria aprovado.
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Em suas redes sociais, Bolsonaro já havia chamado a reforma de “um soco no estômago dos mais pobres” e incentivado os 99 deputados do PL a votarem contra a PEC.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, um antigo aliado de Bolsonaro, relembrou a derrota do ex-presidente em 2022 ao defender a reforma tributária no plenário.
Antes da votação, Lira criticou o radicalismo político e pediu aos colegas que enxergassem a reforma como uma medida de Estado, não como resultado de embates partidários.
A aprovação da reforma tributária representa um importante passo para as discussões sobre a reforma fiscal no país, porém, também destaca as divisões internas no cenário político.
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Foto: Alan Santos/Presidência da República