Após três semanas de ondas de calor extremo ao redor do mundo, a Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (ONU) e o Observatório Europeu Copernicus confirmaram nesta quinta-feira (27) que há dados suficientes para afirmar que julho será o mês mais quente já registrado na história.
Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o planeta chegou agora à era da “fervura global”.
“A era do aquecimento global acabou, agora é a hora da era da fervura global”, alertou Guterres.
A anomalia na temperatura é tamanha que não foi preciso esperar o fim de julho para confirmar o recorde, diz a reportagem de O Globo.
De acordo com os dados disponibilizados nesta quinta, os níveis de aquecimento deste mês são 0,2ºC a mais do que os registrados em julho de 2019, dono do recorde anterior.
“Os extremos climáticos sofridos por milhões de pessoas em julho nada mais são do que a dura realidade da mudança climática, e uma prévia do que o futuro nos reserva”, reforçou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, da ONU, Petteri Taalas.
Portanto, as dimensões catastróficas da tragédia climática são um consenso na comunidade científica.
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Meta
O recorde acende um alerta para os países signatários do Acordo de Paris, cuja meta é limitar permanentemente o aquecimento global a 1,5ºC acima da era pré-industrial até 2100. O que, segundo estimativas, será facilmente superado neste mês.
Até o momento, o planeta registra uma temperatura 1,2ºC mais quente do que o período, quando a Terra ainda não sentia tanto os impactos da atividade humana.
Os dados não significam que o limite estabelecido no acordo já tenha sido ultrapassado, já que o tratado considera a variação em um longo espaço de tempo.
No entanto, é um forte indicativo de que o mundo está em vias de não conseguir cumpri-lo, sobretudo pela ausência de medidas para reduzir as emissões de gases na atmosfera.
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil