O arquivamento de um processo envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP) na quarta-feira (09/8) gerou tensões dentro do partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O relator do caso, o deputado João Leão (PP-BA), surpreendeu ao modificar seu voto.
A inesperada mudança de posicionamento deixou a cúpula partidária perplexa, levando-os a convocar uma reunião para esta quinta-feira (10/8) a fim de discutir o ocorrido.
Inicialmente, João Leão havia emitido parecer favorável à continuação do processo. Entretanto, durante a votação, ele alterou sua decisão, optando pelo arquivamento do caso.
Esse processo poderia resultar na perda do mandato de Zambelli. O relator justificou a reviravolta alegando que as dúvidas sobre os acontecimentos apresentados no vídeo da deputada não permitiam uma conclusão definitiva.
Zambelli estava enfrentando acusações de quebra de decoro por ter proferido insultos ao deputado Duarte Júnior (PSB-MA) durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública, que contava com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino.
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A ação de João Leão, no entanto, foi contrária à orientação do partido, que defendia a perda do mandato de Zambelli. A votação final resultou em 15 votos a favor do arquivamento e quatro contra.
Nos bastidores, o Partido Progressista (PP) expressou descontentamento com a decisão do Conselho de Ética, alegando que uma oportunidade importante foi desperdiçada para conter o que consideram como comportamento inadequado no plenário da Casa.
Vale destacar que o processo em questão não está relacionado à suspeita de que Zambelli tenha contratado um hacker para inserir informações falsas nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados