A pesquisa Torre Alta da Amazônia, uma estrutura de 325 metros de altura e três de largura, erguida em São Sebastião do Uatumã, no Amazonas, foi apresentada nesta quarta-feira (13) na Semana da Amazônia em Berlim, na Alemanha.
O estudo está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com o instituto alemão Max Planck de Biogeoquímica e a Fundação Eliseu Alves.
Os equipamentos servem para pesquisar a interação entre floresta e o clima para compreender melhor a influência da região amazônica com o clima do planeta.
O pesquisador sênior do Inpa e coordenador pelo Brasil do Observatório da Torre Alta da Amazônia, Carlos Alberto Quesada, apresentou a infraestrutura utilizada para conhecer a interação entre a floresta e a atmosfera.
De acordo com ele, a torre principal é instrumentada com centena de sensores. O local também dispõe de outras duas torres para medir dados dentro da floresta. “É uma infraestrutura incrível”.
Segundo Quesada, o interesse é compreender o que está acontecendo em toda a área do sítio de pesquisa, incluindo solo, plantas, ciclo do carbono. Há 18 temas de pesquisa envolvidos.
“É realmente sobre a conexão da floresta com a atmosfera”.
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Idiomas indígenas
O ministério divulgou outros estudos, como o da pesquisadora Vilacy Galucio, do Museu Emílio Goeldi, unidade também vinculada ao ministério, que abordou os idiomas indígenas presentes no Brasil.
Segundo ela, há mais de 150 línguas, sendo que mais de dois terços estão na região amazônica. Apenas no Pará há cerca de 25 línguas nativas. Segundo ela, o número é igual ao da Europa ocidental.
Contudo, a pesquisadora alerta que os idiomas estão se extinguindo pela interrupção da transmissão do conhecimento, que é feita de modo oral.
“Muitos idiomas têm poucos falantes. Apenas 18% dos idiomas têm mais de 1 mil falantes”.
Também participaram da sessão apresentando pesquisas feitas na região professores e pesquisadores do Instituto Mamirauá, das universidades federais do Pará e do Amazônia, e da Fiocruz Amazônia.
Números
O chefe do setor de ciência e tecnologia da embaixada do Brasil em Berlim, Pedro Silva, apresentou números recentes da Elsevier/Scopus, maior base de dados global sobre produção científica.
Desde 2005, o Brasil lidera a produção científica global sobre a Amazônia. Até então, a liderança era dos Estados Unidos.
Segundo os dados, entre as 20 instituições que mais produzem, 16 são brasileiras, sendo seis localizadas na Amazônia. A Universidade de São Paulo (USP) lidera o ranking.
Segundo Silva, a embaixada tem buscado mostrar, por meio de eventos e publicações, o elevado nível de excelência da ciência e tecnologia brasileira. A iniciativa também é um mecanismo para promover aproximação e cooperações internacionais.
“No caso das instituições amazônidas, essa exposição é fundamental. Por um lado, para que o público alemão saiba que há muita demanda por ciência e, consequentemente, produção científica de qualidade na região. Por outro, para que possam ser forjadas cooperações internacionais que contribuam para o incremento das capacidades de pesquisa locais”.
Com informações do ministério .
Foto: reprodução/revistapesquisa.fapesp