O doleiro Albeto Youssef (foto) vai acusa o ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta manipulação de provas.
Além de atuação irregular para blindar das autoridades e da defesa de Youssef a descoberta de um grampo ilegal que havia sido instalado na cela do doleiro.
De acodo com divulgação do G1, a ação junta uma série de depoimentos, investigações internas da Polícia Federal. Assim como despachos do próprio Sergio Moro para encorpar as suspeitas levantadas pelo doleiro, que é a pedra fundamental da Lava Jato.
Segundo a publicação, assim que chegou ao STF, a petição foi colocada em sigilo pelo ministro Dias Toffoli.
Porém, a GloboNews teve acesso ao conteúdo do pedido. Procurado, o senador Moro afirmou por meio da assessoria que “qualquer insinuação de envolvimento do senador Sergio Moro é calunia”.
Escuta
Ainda conforme o g1, preso em 2014, no início da Lava Jato, Youssef encontrou uma escuta ambiental dentro de sua cela.
Dessa foma, ele e seus advogados questionaram Moro, que acionou oficiosamente a Polícia Federal. O caso levou à uma sindicância, que rapidamente foi arquivada.
Já a PF afirmava que a escuta estava no local há tempos. E que havia sido posicionada para monitorar uma passagem de Fernandinho Beira Mar pela carceragem.
Além disso, ainda nesta primeira avaliação, a PF informou que a escuta estava inativa.
Contudo, ocorre que, após um depoimento de um agente da Polícia Federal que disse ter acompanhado a instalação da escuta às vésperas da chegada de Youssef.
Dessa maneira, a PF foi obrigada a abrir uma segunda sindicância. Os resultados dessa nova apuração interna foram enviados à 13ª vara de Curitiba.
Mas permaneceram em sigilo até que Eduado Appio, hoje afastado da Justiça, atendeu pedido da defesa do doleiro e deu acesso integral aos documentos.
Então, a segunda sindicância não só confirmou que a escuta estava ativa como também, por meio de perícia, constatou que ela captou as vozes de Youssef e outros presos da Lava Jato por cerca de 10 dias.
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Conversas
Com isso, há, nos autos, transcrições de conversas dos presos sobre a investigação e as buscas das quais tinham sido alvos. É ela a base do pedido de Youssef contra Moro no Supremo.
O doleiro afirma ao STF que, ciente do resultado da segunda investigação interna, Moro agiu para blindar os agentes da PF que instalaram a escuta ilegal.
Da mesma foma, impediu que tanto ele, Youssef, como outros presos da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht, tivessem acesso ao conteúdo dos grampos.
Para sustentar a tese, a defesa de Youssef juntou aos autos despachos nos quais, em mais de uma ocasião, Moro recusa pedidos dos advogados de defesa por acesso à sindicância citando questões formais, como prazo de manifestação.
Pedido
Na alegação ao Supremo, Youssef pede que o ex-juiz tenha sua conduta investigada por supostamente burlar o devido processo legal e solicita ainda que o Supremo tire de Curitiba todo o conteúdo das perícias realizadas nos áudios.
O pedido chegou à corte na última sexta-feira (15). Segundo uma fonte a par do andamento do caso, Toffoli solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República.
Nesse sentido, a assessoria de Moro informou que as queixas já foram analisadas em outras instâncias — e descartadas.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil