Dois movimentos que ocorreram esta semana em duas capitais brasileiras mostram que a polarização política direita X esquerda, exposta desde 2018, está longe do fim.
Ao contrário, as peças do tabuleiro andaram no sentido de acirrar ainda mais a disputa de poder entre as duas correntes ideólogicas.
E mais: por trás desses movimentos estão os dois atores políticos que protagonizam o embate, o atual presidente, Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Veja-se a razão dos sinais dessa polarização para 2024, mirando 2026.
São Paulo
Na segunda-feira, 8, Lula conversou com a agora ex-secretária de Relações Institucionais de São Marta Suplicy.
A conversa tirou-a da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta ser o candidato de Bolsonaro na maior cidade do país.
Ela não só saiu da gestão do possível candidato da direita em São Paulo, mas, também, foi anunciada para ser a vice de Guilherme Boulos (Psol) na campanha pela prefeitura paulistana.
Além disso, há outro sinal do acirramento político. Na conversa com o presidente, Marta foi convidada por Lula a retornar ao PT. Dessa forma, deixaria o MDB, partido de centro.
Manaus
Na capital do Amazonas, o sinal de polarização direita X esquerda saiu do PL, partido de Bolsonaro.
Foi na terça-feira, 9, numa conversa entre o Capitão Alberto Neto e o Coronel Alfredo Menezes , que andavam se batendo para ser o candidato da sigla de direita a prefeito de Manaus.
Ontem, os dois anunciaram que fumaram o cachimbo da paz.
No entanto, por trás deles, estavam dois políticos interessados, não só na sucessão municipal 2024, mas, sobretudo, na sucessão presidencial de 2026.
Esses personagens são o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Em Manaus, por sua vez, a esquerda ainda marca passo, sem ter nome definido para o embate.
Chapas precoces
Tanto em São Paulo quanto em Manaus, há um detalhe a se observar, que ressalta a formação dos polos de disputa. Trata-se do anúncio precoce das chapas. E chapas sem composição com outros grupos.
Ou seja: direita e esquerda querem marchar com seus próprios exércitos e travar uma luta direta.
Fotos: Lula – Bolsonaro/Reprodução/observatóriog