‘Bolsominian’, Manaus prepara trincheira para Lula e esquerda

Recente pesquisa aponta que Manaus, apesar de todos os gestos e ajuda do governo Lula, continua se mostrando autêntica bolsonarista.

Fraude no INSS aponta R$ 2,1 bi com Bolsonaro, R$ 235 milhões com Lula

Publicado em: 30/12/2023 às 10:57 | Atualizado em: 31/12/2023 às 12:25

A pesquisa Perspectiva deste fim de ano, mostrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria em Manaus, hoje, muito mais voto do que em 2022, traz um recado.

Na eleição do ano passado, o direitista teve, no primeiro turno, 53,55% dos votos. No segundo, 61,28%. Na pesquisa deste dia 29, Bolsonaro apareceu com 67,3%.

O “inimigo” de Bolsonaro nesse estudo eleitoral é o mesmo de 2022: Lula da Silva (PT).

O atual presidente, nesse estudo da Perspectiva aparece menor do que em 2022. Isso porque, nessa eleição, Lula ficou com 37,02% dos votos, no primeiro turno, e 38,72%, no segundo.

Então, qual é o recado?

Pelo que se respondem nos estudos eleitorais, os bolsonaristas manauaras ainda não desceram da disputa de 2022. E crescem na cidade. Lula, ao contrário, recua na preferência.

Assim, mostram-se dispostos a um novo confronto em 2026, montando trincheira para o atual governo, para Lula, para o PT e para a esquerda.

Leia mais

Lula diz que ódio deixou cicatrizes e dividiu o país 

Manaus ‘bolsominian’ x Lula

Dessa forma, a maioria dos eleitores de Manaus se comporta como “bolsominian”, apesar do desastre do governo Bolsonaro.

Senão, vejamos.

A única obra de Bolsonaro no Amazonas foi uma ponte de madeira para uso de militares em São Gabriel da Cachoeira.

Na capital, não há obra com a assinatura do ex-presidente. E olha que Manaus é capital-estado, com mais da metade dos eleitores e que, com a ZFM (Zona Franca de Manaus), detém cerca de 90% da economia estadual.

O governo de Bolsonaro ficou marcado por negar oxigênio à cidade na tragédia do covid-19 (coronavírus), em 2021. Como resultado, centenas de mortos diariamente.

Com o seu compadre, que nomeou para a Suframa (Superintendência da ZFM), na garupa, Bolsonaro esteve várias vezes em Manaus, mas só para passear de moto. Ou participar de eventos com pastores aliados de igrejas evangélicas.

Dessa forma, o fim da gestão Bolsonaro, para o Amazonas, representou o fim das perseguições à ZFM.

Leia mais

Bolsonaro tenta jogada no STF para se ver livre da inelegibilidade

E Lula?

Ao contrário da era Bolsonaro, Lula aprovou, em tempo recorde, uma reforma tributária na qual se preservam as vantagens fiscais da ZFM por mais 50 anos, conforme já estava prorrogada.

Com a esquerda, os investimentos do governo federal retornaram para o Amazonas.

A Manaus bolsonarista, por exemplo, vai ganhar 5 mil habitações das mãos de Lula em 2024.

Aqui, nessa breve comparação, não se falam dos números da agenda nacional, como combustíveis, inflação, dólar e até da picanha, que despencou de preço.

Igualmente, não se fala dos juros reduzidos e do aumento real do salário mínimo, agora com política de valorização anual.

Guerra é guerra

Sumariamente, a pesquisa Perspectiva mostra um eleitorado disposto à guerra. A guerra é com o PT, com a esquerda, com Lula e contra aqueles que os incomodarem.

E, nesse caso, guerra é guerra. Vale até morrer.

Portanto, já desde 2024, PT, esquerda e Lula que se cuidem com a Manaus “bolsominian”. A trincheira bolsonarista já está montada.

Foto: BNC Amazonas