Como STF e PGR brecaram plano de golpe de Bolsonaro em 2021

Revelados agora os bastidores da operaĂ§Ă£o silenciosa contra plano escabroso do 7 de setembro

Publicado em: 16/01/2024 Ă s 22:56 | Atualizado em: 16/01/2024 Ă s 23:03

EstratĂ©gia silenciosa elaborada em 2021 pelo ministro Luiz Fux, Ă  epoca presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e pelo entĂ£o Procurador-Geral da RepĂºblica (PGR), Augusto Aras, desarticulou um plano golpista do governo Jair Bolsonaro (PL) para o 7 de setembro daquele ano.

O plano consistiu em pressionar os governos dos estados e do Distrito Federal para garantir que policiais militares ficassem recolhidos em suas unidades ou nas suas prĂ³prias casas entre os dias 6 e 8 de setembro.

Dessa forma, a aĂ§Ă£o evitou que muitos agentes pudessem aderir Ă s manifestações golpistas.

Com isso, foi possĂ­vel conter a ocupaĂ§Ă£o promovida por apoiadores do entĂ£o presidente Bolsonaro na Esplanada dos MinistĂ©rios, em BrasĂ­lia, no feriado do dia 7.

Os bastidores da trama foram inicialmente revelados pelo jornalista LuĂ­s Costa Pinto, no site Brasil 247.

Plano de Bolsonaro

Tudo começou em maio daquele ano, quando oficiais de alta patente das trĂªs forças militares alertaram a PGR sobre os planos do governo federal.

Conforme os relatos, a ideia para a tomada definitiva do poder era forçar o STF a pedir ao Executivo uma operaĂ§Ă£o de garantia da lei e da ordem (GLO), sob a justificativa de reprimir o movimento golpista convocado pelo prĂ³prio Bolsonaro para o feriado do Dia da IndependĂªncia.

Para isso, Bolsonaro pretendia contar com o apoio da PolĂ­cia Militar, sobretudo do Distrito Federal, de SĂ£o Paulo e do Rio de Janeiro.

Desmonte

As informações foram transmitidas para Aras, que percebeu a gravidade da situaĂ§Ă£o e acionou Fux para se reunir com os militares que haviam relatado as intenções golpistas do governo federal.

A dupla, entĂ£o, passou a buscar informações nas Forças Armadas para verificar a veracidade do plano.

Convencidos dos riscos de concretizaĂ§Ă£o, Fux e Aras ampliaram as conversas e traçaram a estratĂ©gia para desmontar o golpismo.

Leia mais no ConJur.

Leia mais

Bolsonaro Ă© responsĂ¡vel pelo ato de golpe, dizem 53% dos brasileiros

Foto: Alan Santos/PresidĂªncia da RepĂºblica