O Acre concedeu a cidadania acreana, honraria simbólica, ao marechal Humberto de Alencar Castelo Branco e general Emílio Garrastazú Médici, figuras centrais da Ditadura Militar brasileira. Apesar de nunca terem pisado em solo acreano, ambos receberam a homenagem por serem mandatários do país, sem qualquer ligação ou contribuição para o desenvolvimento do estado.
Legado manchado
Castelo Branco, presidente entre 1964 e 1967, foi homenageado em 1965. Já Médici, no poder entre 1969 e 1974, recebeu a honraria em 1973. Ambos os nomes também batizaram locais públicos no Acre, perpetuando seus nomes na memória do estado.
Responsabilidades e reparação
Em 2023, o Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC) ajuizou ação civil pública pedindo a retirada de todas as homenagens a figuras da Ditadura. A ação reconhece os graves crimes e violações de direitos humanos cometidos durante o regime, buscando reparar a memória das vítimas e promover a justiça.
Um passado recente
Em 1964, o Acre era um estado recém-criado. José Augusto de Araújo, primeiro governador eleito democraticamente, foi deposto pelos militares em maio de 1964, após ser acusado de “subversivo” e “comunista”. A renúncia forçada e o exílio marcaram um capítulo sombrio na história do estado.
Reflexão e aprendizado
A revisão de homenagens a figuras da Ditadura Militar é fundamental para reconhecer as atrocidades cometidas e construir um futuro mais justo e democrático. O Acre, ao revisitar seu passado, demonstra compromisso com a verdade e a memória histórica, buscando construir um futuro livre da sombra da repressão.
Outras figuras homenageadas
O MPF-AC também questionou homenagens a Paulo de Tarso Dutra, ministro da Educação durante a Ditadura e responsável por medidas repressivas contra estudantes.
Um novo olhar
A iniciativa do MPF-AC abre caminho para uma reavaliação crítica do passado, promovendo o debate sobre a memória e a justiça histórica no Acre.
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Foto: reprodução