Avança nos ministérios da Educação (MEC ) e dos Povos Indígenas (MPI) o debate e ações para a criação da primeira universidade destinada exclusivamente aos povos originários do Brasil.
Nos últimos dois dias, até por conta da realização da 20ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, os órgãos do governo federal e lideranças indígenas têm realizado reuniões para discutir os encaminhamentos dessa nova universidade.
Os encontros têm contado com a presença de diversas lideranças indígenas, a fim de promover uma consulta livre e informada acerca da proposta de criação da instituição de educação superior.
“Escutar os povos indígenas é fundamental para assegurar que a nova universidade reflita as necessidades, esperanças e aspirações deles, ao mesmo tempo em que proporciona uma base sólida para o futuro educacional e cultural do Brasil”, disse a coordenadora-geral de Educação Escolar Indígena, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Rosilene Tuxá.
Segundo ela, a participação social dos povos indígenas na concepção da instituição é muito importante para garantir que as bases e diretrizes os atendam da melhor maneira possível.
“Portanto, é preciso que eles participem do planejamento da Universidade Indígena, para que a instituição seja um espelho dos valores e da cultura dos povos”, concluiu a coordenadora.
Grupo de trabalho
Como parte desses arranjos, na última terça-feira (23), o MEC realizou a primeira reunião do grupo de trabalho (GT), responsável por subsidiar a criação e a implementação da Universidade Indígena, de acordo com a Portaria nº 350/2024.
Além disso, o GT deve fazer análises quantitativas e qualitativas referentes ao impacto orçamentário da instituição, assim como elaborar um relatório final com caráter conclusivo sobre a viabilidade técnica e orçamentária e sobre análise de risco para o estabelecimento da universidade.
Obra histórica
O coordenador-geral de Articulação Institucional da Secretaria de Educação superior (Sesu) e presidente do GT, Fernando Matos, destacou o trabalho do grupo e a importância da universidade para a sociedade.
“Queremos sair do campo do sonho e chegar no campo da obra, não somente física, mas também histórica e cultural que os povos originários precisam e merecem”, declarou.
Ao final de 90 dias, a partir dessa reunião, o documento de análise será entregue ao Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
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Foto: Fábio Nakakura/MEC