Há exatamente dez anos, Brasil e Croácia iniciavam a Copa do Mundo de 2014 na recém-inaugurada Arena de Itaquera, hoje conhecida como Neo Química Arena, estádio do Corinthians. Esse evento marcou o começo da “era das arenas” no futebol brasileiro, com a construção ou reconstrução de sete estádios: Mané Garrincha, Arena Fonte Nova, Arena Pernambuco, Arena Pantanal, Arena das Dunas e Arena da Amazônia. Além desses, outros estádios como Maracanã, Mineirão, Castelão, Beira-Rio e Ligga Arena foram reformados, totalizando 12 sedes para o Mundial.
Após a Copa, o grande desafio foi manter essas estruturas operantes e sustentáveis, dado o alto custo de manutenção. A Arena da Amazônia é uma das três praças inauguradas nessa era que é menos utilizada.
Um levantamento do site Bolavip revela que uma partida no Mané Garrincha, por exemplo, ainda “custa” mais de R$ 10 milhões, considerando o custo de construção dividido pelo número de jogos em 10 anos.
Estádios de “times únicos” como a Arena Corinthians adaptaram-se mais facilmente, enquanto palcos “coletivos” como o Maracanã e Mineirão enfrentaram disputas.
No Maracanã, um consórcio formado por Flamengo e Fluminense venceu a licitação da concessão do estádio por 20 anos.
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Já no Mineirão, o Cruzeiro teve problemas com a concessionária Minas Arena, mas a relação melhorou e agora o estádio é compartilhado com shows e eventos.
Eventos e shows têm sido a solução para arenas com baixa oferta de jogos locais.
O Mané Garrincha, o estádio menos utilizado em campo no ano passado, soma quase 40 shows e festivais desde a reconstrução.
Em estádios como a Arena da Amazônia e a Arena das Dunas, a “importação” de mandos de jogos também ocorre, atraindo partidas de outros estados.
A sinergia entre clubes e arenas também trouxe crescimento. O Cuiabá, por exemplo, usa a Arena Pantanal como casa e já disputou a Copa Sul-Americana. Fortaleza e Ceará cresceram nacionalmente e ocupam o Castelão semanalmente.
Entretanto, desafios logísticos ainda persistem, como no caso da Arena Pernambuco, localizada a 13 km de Recife. Problemas de transporte e a não concretização da Cidade da Copa, um bairro planejado ao redor do estádio, levaram o Náutico a retornar aos Aflitos em 2018.
Atualmente, o Sport utiliza a Arena Pernambuco temporariamente durante reformas na Ilha do Retiro, mas planeja continuar a usar o local de forma pontual no futuro.
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Foto: Augustto Albuquerque/Divulgação