Entre os principais patrocinadores e apoiadores do 57o festival folclórico de Parintins, há três anos, a Eneva , uma das maiores operadoras de energia, exploração e produção de gás natural do mundo, operando, desde 2018, nos municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas, está com o seu staff, na ilha, assistindo à festa dos bumbás Garantido e Caprichoso.
Neste sábado (29), segundo dia de festival, o presidente da companhia, Lino Cançado, que está em Parintins pela primeira vez, recebeu o BNC Amazonas . Ao elogiar as apresentações dos bumbás, classificando-as como espetaculares e dignas de evento mundial, o executivo destaca a importância do apoio cultural ao festival folclórico.
“É importante a empresa vir aqui, fazer esse investimento e participar da economia do Amazonas. Por isso, a gente também tem um interesse de fazer participar dessas atividades culturais. Claro, que é parte de um empreendimento tão grande, como a Eneva, dá retorno aos acionistas, mas também às populações dos estados e municípios onde a gente opera. Como já é o caso do Maranhão, onde temos um empreendimento e aqui não vai fazer diferente: vamos participar da vida do Amazonas”.
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Projetos sociais
Com investimentos no Amazonas, na ordem de R$ 6 bilhões, a Eneva explora gás natural em Silves e Itapiranga, no complexo do Azulão, mas também está atenta às questões sociais, envolvendo as populações desses municípios.
“Como uma política da empresa, em todas as regiões que a gente vai, além das manifestações culturais, temos uma série de programas sociais. Em Silves e Itapiranga, temos alguns deles, como o de empoderamento feminino, uma iniciativa que já foi feita no Maranhão e a gente trouxe para cá, que se chama Mulheres Empreendedoras. Dessa forma, a gente ajuda elas a fazer empreendimentos com biojoias ou com cultura da floresta. Temos também um programa de agricultura florestal, ajudando os produtores de café e de cacau da região”, conta o executivo.
Presidente da Eneva, Lino Cançado
Escola técnica
Desse modo, um dos programas sociais que a Eneva faz questão de destacar é o de educação.
“Educação é um legado que fica depois de qualquer empreendimento porque a gente desenvolve pessoas, a gente ajudar a dar conhecimento para que elas possam se desenvolver depois. Como aquele ditado popular: em vez de dar o peixe, ensina a pescar. Daí, a importância de investir em educação, principalmente profissionalizante”, diz Lino Cançado.
Brevemente, em agosto deste ano, a Eneva vai inaugurar uma escola técnica em parceria com o Governo do Estado, por meio do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam).
A escola profissionalizante, que foi toda reformada, vai oferecer 90 bolsas com valor mensal de R$ 1.300,00, pagos pela Eneva, até a conclusão do cursos. Já o Cetam vai fornecer os professores e material didático.
De acordo com o presidente, a escola de ensino técnico terá duas finalidades: atender as necessidades da própria empresa com técnicos na área de atuação: mecânica, eletricidade, gás, energia e instrumentação.
Eneva está entre os principais patrocinadores do festival de Parintins
Mas também quer desenvolver técnicos em atividades que possam ser criadas na região sem que sejam da Eneva, como por exemplo, agricultura florestal, agropecuária, hotelaria, desenvolvimento de produto para o turismo ecológico.
Eneva no Amazonas
A Eneva está no Amazonas, nessa região de Silves e Itapiranga desde 2018 fazendo investimentos em petróleo e gás.
No entanto, grande parte das reservas e das áreas exploratórias tem reservas de gás e essas reservas são convertidas em energia elétrica, que é vendida no sistema nacional (SIN). Atualmente, a produção de energia, por meio do gás natural, tem capacidade de atender 4 milhões de residências.
Atualmente, a Eneva atua em nove estados: Amazonas, Maranhão, Sergipe, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro (sede), São Paulo (escritório de comercialização), Mato Grosso e Goiás.
Energia em Roraima
Roraima tem uma usina da Eneva, que usa o gás de de Silves e Itapiranga, do Amazonas. Após ser comprimido e transformado em líquido (liquefeito), é transportado em carretas até Roraima onde é gerada a energia. Hoje, a Eneva gera 70% da energia do Estado.
Segundo Lino Cançado, antes da chegada da Eneva, no Estado de Roraima havia milhares de apagões por ano, de pequenos desligamentos. Porém, nos últimos anos, não chega a uma dezena de apagões em um ano. Desse modo, houve aumento significativo na capacidade do fornecimento de energia no estado.
Entraves ambientais
Na entrevista ao BNC, o presidente da Eneva também falou sobre um dos principais problemas que a empresa enfrenta: os entraves judiciais, promovidos principalmente pelas ações patrocinadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e organizações não governamentais (ong).
Eneva explora gás natural em Silves e Itapiranga
“Todo o projeto de grande envergadura tem que passar primeiramente por um processo por licenciamento ambiental. Existe uma legislação para que isso seja feito e a Eneva cumpre essa legislação estadual e federal à risca, buscando cumprir tudo que é solicitado, requisitado nessas legislações. Assim, mostra todo o histórico da companhia, que pode ser verificado nos últimos 15 anos de atuação. E isso não tem sido diferente no Amazonas”, afirma o executivo.
A questão, segundo ele, é que uma vez que esses licenciamentos são realizados, continuam os questionamento através de “artefatos” (ações judiciais), que são levantados como novos, depois que o licenciamento foi dado e com interpretações ou entendimentos que não são parte da legislação que é utilizada para fazer o licenciamento ambiental.
Logo, esses entraves acabam em um debate continuo, que vai se arrastando pela justiça, enquanto o empreendimento está em andamento.
“Mas nós temos a tranquilidade de que não somente através dos nossos programas sociais, de participação cultural, como esse apoio ao festival folclórico de Parintins, que a gente devolve à população parte do que o empreendimento gera de riqueza, mas também pelo nosso respeito a fazer todos os processos, sempre dialogando com todos os atores seja na esfera federal, estadual e municipal ou com os Tribunais de Contas dos Estados (TCE), com a justiça federal”, acrescenta ele.
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Compensações
Por esses motivos, Lino Cançado afirma peremptoriamente que a Eneva, com a sua exploração de gás e petróleo, não promove o desmatamento no Amazonas nem na região. Tampouco está passando por cima de terras indígenas.
“Tudo que a gente toca, há licença e estudo de impacto ambiental, assim como ações de compensação e programas sociais para quando formos embora, deixar um legado as populações de Silves, Itapiranga e por onde a Eneva atuar”, afirma.
Legado
Questionado sobre os impactos positivos que já podem ser visíveis, em Silves e Itapiranga, assim como legado a ser deixado a essas populações, o presidente da Eneva cita exemplos de empreendimentos em execução, como no Estado do Maranhão.
Presidente da Eneva está em Parintins pela primeira vez
Lá, a empresa acompanha de perto os índices de desenvolvimento humano (IDH), onde já se pode ver melhorias nos municípios, aumento da renda, da atividade econômica, dos pequenos negócios. Assim como aumento da arrecadação municipal, estadual por conta do pagamento de royalties, inclusive aos proprietários das terras onde os empreendimentos de exploração estão localizados.
“Aqui no Amazonas, a Eneva está agindo da mesma forma. Nossa diretoria de estratégia e programas sociais acompanha o índice de desenvolvimento humano de todos os municípios onde nós atuamos. Portanto, é parte dos nossos objetivos de ESG (práticas relacionadas ao meio ambiente, governança e questões sociais) melhorar o IDH de Silves, Itapiranga e toda a região que nós atuamos”, disse Lino Cançado por fim.
Fotos: BNC Amazonas