General prega intervenção militar se STF deixar Lula disputar eleições

General Lessa

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 03/04/2018 às 13:28 | Atualizado em: 03/04/2018 às 19:36

O general de Exército Luiz Gonzaga Schroeder Lessa afirmou que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) deixar o ex-presidente da República Lula da Silva (PT) solto, estará agindo como “indutor” da violência entre os brasileiros, “propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la”.

Lessa foi além. Disse que, se o tribunal permitir que Lula se candidate e se eleja presidente da República, não restará outra alternativa a não ser a intervenção militar.

“Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem. Mas, não creio que chegaremos lá”.

Lessa já havia se manifestado na semana passada à rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, quando também foi enfático. Disse que a confrontação não será pacifica.

“Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia.”

E acrescentou que essa crise “vai ser resolvida na bala”. Nesta segunda-feira, dia 2, à reportagem do Estadão, disse:

“O que querem no momento é abdicar da Justiça e fazer politicagem na mais alta corte do país”.

Sobre a conduta do atual comandante do Exército, general Villas Bôas, Lessa afirmou:

“Vejo o general Villas Bôas preocupado com a estado atual e defendendo solução pela via democrática, constitucional, pois a interferência das Forças Armadas, sem dúvida, vai causar derramamento de sangue”.

Lessa foi comandante militar da Amazônia (CMA) de fevereiro de 1998 a novembro de 1999.

As declarações de Lessa se inserem na onda de manifestações de oficiais generais da reserva contra a concessão de habeas corpus para impedir a prisão de Lula e a possibilidade de o petista se candidatar à Presidência.

A notícia é do Estadão.

 

Foto: Reprodução/Clube Militar