Pauderney questiona presidente do BC sobre dívida e venda do banco Master

Gabriel Galípolo esteve nesta quarta-feira na Câmara, em resposta a requerimento do parlamentar do AM. Chefe do BC descartou flexibilizar metas de inflação

Publicado em: 09/07/2025 às 16:20 | Atualizado em: 09/07/2025 às 18:27

O deputado federal Pauderney Avelino (União-AM) fez dois questionamentos ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo nesta quarta-feira (09/7). Isso ocorreu durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). A presença do dirigente do BC à Câmara foi resultado de requerimento de Avelino, integrante do colegiado.

Desse modo, Pauderney pediu a Galípolo explicação sobre a atuação do banco na economia, fazendo referência ao aumento da dívida pública, hoje, da ordem de 76 % PIB. O parlamentar cobrou, ainda, esclarecimentos sobre a eventual autorização da aquisição do Banco Master pelo BRB, Banco de Brasília.

“Como sabemos, o Banco Master tem problemas de operação e gestão dos seus ativos, com baixa liquidez. Entendo que o Banco Central deve cuidar disso, por isso gostaria de saber em que pé está essa situação para que não tenhamos risco de credibilidade da autoridade monetária e risco ao BRB”, questionou Pauderney.

Sobre a compra do banco privado pelo BRB, Galípolo informou que o BC continua analisando o “perímetro” da operação e que novos documentos foram entregues.

“O Banco Central avalia apenas a viabilidade da transação, sem interferir na conveniência comercial entre as partes envolvidas”, justificou o presidente do BC.

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Dívida pública

Quanto ao aumento da dívida pública e dos juros da Selic, de 15% ao ano, o presidente do BC destacou a importância de alinhar os juros brasileiros com os de países parceiros, sem comprometer o controle inflacionário. E afirmou que o caminho não será simples.

“Ninguém quer baixar os juros para ter uma inflação lá em cima”, disse, descartando a flexibilização da meta de inflação de 3%.

Rombo de R$ 1 bilhão

Sobre o ataque hacker à empresa C&M, Galípolo garantiu, por fim, que o rombo – estimado em R$ 1 bilhão, não afetou os sistemas da autarquia e que o incidente está sendo investigado.

E reafirmou a solidez do sistema financeiro e a necessidade de modernização institucional para garantir a eficiência e segurança da política monetária no país.

Fotos: divulgação