Congresso fala em diálogo e diplomacia na resposta à intervenção de Trump

Congresso defende diálogo para resolver crise com EUA após tarifa de Trump e Lula promete retaliação.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 10/07/2025 às 16:50 | Atualizado em: 10/07/2025 às 16:50

O Congresso brasileiro se manifestou nesta quinta-feira (10/7) sobre o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a economia brasileira.

O Congresso diz que vai acompanhar de perto o desdobramento da situação. “Com muita responsabilidade, este parlamento aprovou a Lei de Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania”, afirma o comunicado.

No documento, assinado pelos presidentes do Senado e Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), e o da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o Congresso diz que a decisão dos Estados Unidos de impor novas taxações sobre setores estratégicos da economia deve ser respondida com diálogo nos campos diplomáticos e comercial.

“Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, finaliza a nota.

Escalada da tensão

A manifestação ocorre em meio à escalada de tensões após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometer retaliação proporcional à medida americana, o que pode afetar diretamente o preço de insumos estratégicos para a economia brasileira.

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.

A medida anunciada por Trump afeta setores que dependem fortemente da importação de produtos norte-americanos, como o agronegócio, a indústria de combustíveis, tecnologia e farmacêutica.

Entre os principais produtos importados dos EUA estão:

Fertilizantes e defensivos agrícolas, essenciais para o agronegócio brasileiro;

Óleo diesel e derivados de petróleo, usados em larga escala no transporte e na indústria;

Máquinas, equipamentos de alta tecnologia e peças industriais;

Produtos químicos e farmacêuticos, cruciais para os setores de saúde e produção.

Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o governo federal já instituiu um grupo de trabalho para avaliar medidas de retaliação e buscar alternativas comerciais. “Também estamos estudando a abertura de novos mercados como forma de compensar eventuais perdas”, disse Costa.

A tarifa de Trump, anunciada em carta pública enviada a Lula, começa a valer em 1º de agosto e atinge todas as exportações brasileiras, inclusive setores já submetidos a barreiras, como o aço e o alumínio.

Enquanto isso, o governo brasileiro mantém abertos os canais diplomáticos, na tentativa de evitar que o impasse evolua para um conflito comercial de maiores proporções.

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