Amazonas Energia, na transição à Âmbar, é destaque em leilão de hidrelétricas
Distribuidora liderou compras no certame que movimentou R$ 5,5 bilhões.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/08/2025 às 19:40 | Atualizado em: 22/08/2025 às 19:59
A Amazonas Energia, do estado do Amazonas, foi a principal compradora no leilão realizado nesta sexta-feira (22 de agosto), que garantiu a contratação de pelo menos R$ 5,5 bilhões em investimentos em pequenas e médias usinas hidrelétricas no Brasil.
O certame, promovido pelo governo federal, foi classificado como a “retomada” do crescimento da fonte hídrica, ao mesmo tempo em que reacende o debate sobre grandes empreendimentos no setor.
A participação expressiva da concessionária ocorre em um momento de transição: a empresa terá seu controle assumido pela Âmbar Energia, do grupo J&F, que vem concentrando ativos relevantes no setor energético.
No total, foram negociados 815 megawatts (MW) de potência em 65 usinas de até 50 MW de capacidade instalada, com contratos de 20 anos e início de fornecimento previsto para 2030.
A Amazonas Energia liderou as compras, ao lado da Neoenergia, Enel, Energisa e Light.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o leilão apresentou preço médio de R$ 392,84 por megawatt-hora (MWh), um deságio de 3,16% sobre o valor inicial, o que deve gerar economia de R$ 864,8 milhões para os consumidores.
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Desafio no Amazonas
O protagonismo da Amazonas Energia nesse certame se dá diante da necessidade de melhorar a eficiência no fornecimento de energia em um estado de dimensões continentais, com gargalos históricos de infraestrutura e altos custos de operação.
A entrada da Âmbar promete reposicionar a concessionária em meio ao esforço federal por maior integração energética na Amazônia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou em evento em Brasília que as pequenas e médias hidrelétricas “causam menor impacto ambiental” e podem funcionar como “baterias” para o sistema.
Além disso, admitiu que o governo avalia retomar projetos de grandes hidrelétricas, como uma eventual binacional no rio Madeira, em parceria com a Bolívia.
A decisão sinaliza que o setor elétrico brasileiro volta a olhar para obras de grande porte, mesmo após as polêmicas em torno de Belo Monte, no Pará, que gerou críticas por seus impactos ambientais e sociais.
Leia mais na matéria de Letícia Fucuchima, na Folha.
Foto: Tauan Alencar / Ministério de Minas e Energia