O PDT , que vai apresentar o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, e PSC, com o economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e BNDES, são os primeiros a realizar convenções com seus membros para definir suas candidaturas à Presidência da República em outubro deste ano.
O governador do Amazonas, Amazonino Mendes, participa da convenção com Ciro e deve ser lançado como candidato à reeleição.
As reuniões acontecem hoje, 20, em Brasília, o primeiro dia do calendário das eleições 2018.
PDT e PSC programaram seus eventos para Brasília. O PCB também realiza convenção nacional, mas no Rio de Janeiro e sem presidenciável.
Essas legendas compõem um cenário momentâneo de 18 pré-candidaturas e muitas indefinições. Isso abre margem para que, possivelmente, as coligações resultem em um quadro com menos concorrentes ao Palácio do Planalto.
DEM, Solidariedade (SD) e PCdoB, por exemplo, estão sendo provocados a desistir da candidatura própria para apoiar chapas mais competitivas.
Cenário de muitas indefinições e pouca empolgação
Bolsonaro, por exemplo, até esta manhã de quinta, dia 19, não tinha um vice para compor sua chapa. Duas tentativas recentes falharam, com o senador Magno Malta (PR) e com o general Augusto Heleno (PRP).
Quanto a Ciro, sua estratégia era atrair os partidos do chamado Centrão, de DEM, PP, PRB e Solidariedade. Quer ainda PSB e PCdoB no seu apoio. Mas, ontem isso sofreu uma reviravolta. Esse partidos se mostram mais dispostos a se alinhar com o tucano Geraldo Alckmin.
Sobre o PT, alvo de críticas do pedetista, o ex-presidente da República Lula da Silva, da cadeia, vetou qualquer aliança.
Essas indefinições, para o cientista político Leonardo Barreto, se deve a fatores diversos, começando pelo fato de o Palácio do Planalto não estar influenciando o processo eleitoral.
“Quando o Executivo está forte, tentando a reeleição ou fazer o sucessor, a tendência é que a coligação governista seja reproduzida, a oposição se organize e até surja a terceira via. Neste ano, o governo não tem um candidato forte nem colocou peso no candidato da oposição. Isso levou à pulverização de candidaturas”.
Barreto vê que nenhum desse alto número de candidatos conseguiu empolgar o eleitorado, nem pode se considerar favorito para vencer as eleições. O que, para ele, cria dificuldades para os partidos se posicionarem, pois todos querem apostar em alguém com chances de vitória.
Além disso, os partidos querem ter claro o papel que exercerão no futuro governo. “Todos esses fatores levam ao quadro de barata voa nas convenções”, afirmou.
Moeda de troca dos maiores
Segundo Barreto, a partir das convenções, as articulações políticas para formação das alianças nacionais deverão se afunilar, com vantagem para os maiores partidos que têm “mais meios de troca”.
Ou seja, as negociações vão levar em conta o tempo de televisão que pode ser agregado nas disputas estaduais, os recursos para financiamento das campanhas, as bancadas de deputados federais e estaduais e o total de prefeitos, que são cabos eleitorais decisivos nas eleições.
Programação de outros partidos
Neste sábado, dia 21, será o dia de PSOL, PMN e Avante realizarem suas convenções. PMN e Avante tendem a não ter candidaturas próprias, enquanto o PSOL deve confirmar a chapa Guilherme Boulos e Sônia Guajajara.
Domingo, o PSL se reúne no Rio de Janeiro para debater a candidatura do deputado Jair Bolsonaro, as alianças possíveis e o nome do vice.
De olho no calendário
Os nomes dos candidatos a presidente da República e a vice têm que ser aprovados nas convenções até 5 de agosto e registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 15 de agosto.
Fonte: Agência Brasil
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