O impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) e a instabilidade do governo José Melo que o levou à cassação no ano seguinte provocaram reflexos altamente negativos na economia amazonense.
No ano fatídico de 2016, quando a economia brasileira encolheu 3,3%, o PIB (Produto Interno Bruto) do Amazonas teve o maior recuo entre os estados, 6,8%, seguido de Piauí e Mato Grosso, ambos com queda de 6,3%.
Entre todas as unidades federativas apenas Roraima registrou tímido crescimento 0,2%. O Distrito Federal se manteve estável.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, dia 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa de Contas Regionais de 2016.
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Segundo o IBGE, os resultados de Roraima e do Distrito Federal podem ser explicados pelo peso do setor governamental, que cresceu 3,3% e 0,6%, respectivamente.
Em entrevista à Folha de S. Paulo , o gerente da pesquisa, Frederico Cunha, disse que a atividade de administração, defesa, educação e saúde pública e seguridade social foi a que mais influenciou o avanço em Roraima, e segurou a queda no Distrito Federal, uma vez que, nesses locais, ela representa quase metade do valor adicionado ao volume total do PIB.
“Esses locais são muito dependentes da administração pública, que não oscila muito, funcionando como uma espécie de amortecedor da economia. Então quando há uma queda generalizada do comércio e da agricultura, por exemplo, essa atividade acaba segurando o resultado”, explica.
Entre 2002 e 2016, Tocantins foi estado brasileiro cuja economia mais cresceu, dobrando de tamanho. O estado da Região Norte avançou em um ritmo médio anual de 5,2%, somando 103,4% no período. Mato Grosso cresceu 89,1%; Roraima, 79,5%; Acre, 76,8%; e Piauí, 72,7%.
Os maiores
Principal fatia do PIB, a participação paulista na economia brasileira cresceu em meio à crise. Em 2015 e 2016, anos de recessão, o PIB de São Paulo passou a responder por 32,5% da economia brasileira, crescendo 0,5 ponto percentual em relação a 2014.
O Rio responde por 10,2% da economia nacional, enquanto Minas contribui com 8,7% do PIB, e Rio Grande do Sul e Paraná somam 6,5% e 6,4%, respectivamente.
Os cinco estados com maior PIB concentram 64,4% da economia brasileira.
Foto: Reprodução/Blog Cariri