A partir de segunda-feira, dia 8, os profissionais da rede pública de educação do estado filiados ao Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus) estarão mobilizados para engrossar o estado de greve deflagrado na sexta, dia 5, em assembleia geral realizada na capital no fim da tarde.
No evento, ficou definido que se as reivindicações não forem atendidas pelo governador Wilson Lima (PSL), entre elas o reajuste anual de 15%, no dia 12 de abril, uma sexta-feira, os estudantes da rede estadual amanhecerão sem aula. Essa é a data definida pelos professores para a assembleia que vai anunciar paralisação geral.
Conforme o secretário de Educação (Seduc), Luiz Castro (Rede), 3,93% é o que a Lei de Responsabilidade Fiscal e seus limites permitem dá.
“Estamos em estado de greve, com indicativo de greve. Assim, se o governador não apresentar uma contraproposta de reajuste real, iremos deflagrar a greve no dia 12/04, sexta-feira que vem”, postou a Asprom Sindical no Facebook.
Além da data, o sindicato já marcou hora e local para dar o start na greve: centro de educação Jacira Caboclo, próximo ao terminal de integração T1, da avenida Constantino Nery, zona centro-sul, às 8h30.
Segundo os organizadores do movimento, no ano passado, no governo Amazonino Mendes (PDT), a mobilização alcançou 6 mil professores. E neste ano não querem menos do que isso.
Outro braço sindical
A definição da Asprom caminha para ser a mesma do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), que faz sua assembleia geral na próxima terça, dia 9. Na pauta, indicativo de greve na rede estadual.
De acordo com a presidente do sindicato, Ana Cristina Rodrigues, a orientação é que as representações municipais da entidade também sejam mobilizadas.
O impedimento de uma audiência do Sinteam com o governador durante a semana teria reforçado a disposição da categoria de definir em assembleia a possível greve. “Entendemos que a mesa de negociação está se fechando e que somente o governador Wilson Lima pode tentar reverter. Não queremos mais conversar com intermediários”, afirmou Ana Cristina.
Caso a assembleia aprove o indicativo de greve na terça, na sexta o Sinteam já deve se juntar à Asprom no movimento de paralisação.
Os dois sindicatos são os representantes dos trabalhadores da educação no Amazonas.
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Proposta do governo rejeitada
Castro não vem conseguindo evitar a greve com a proposta do governo de 3,9% de reposição inflacionária, 2% relativos de progressões horizontais de carreira, que chegariam para cerca de 2 mil trabalhadores, e progressões verticais dos professores de 12 a 55%, por tempo de serviço. O universo seria de 20 mil servidores efetivos.
Alega ainda que o governador cumpriu em janeiro o pagamento de 9,38% de reajuste oriundo de acordo com o governo anterior. Tudo somado, segundo o secretário, a categoria teria ganhos de 15,31%.
Para Castro, a Seduc e os professores já avançaram bem nas negociações em quatro reuniões feitas até agora.
“Temos tido um diálogo franco, que tem avançado em muitos pontos e isso demonstra a boa vontade do governo com as categorias. Mas, agora nos encontramos em um momento que o impasse é jurídico e por isso fomos atrás de alternativas”, disse.
O secretário sustenta que os 3,93% cobrem a inflação dos últimos 12 meses e será pagada em abril, com efeito retroativo a 1º março, aos 33,3 mil servidores da educação.
Foto: Divulgação/Asprom