Desmonte de Bolsonaro pode levar floresta à destruição, diz especialista

As medidas adotadas, principalmente no desmonte da estrutura de fiscalização do meio ambiente, nos seis primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro (PSL), podem levar à destruição da floresta e atingir estágios que dificilmente poderão ser corrigidos.

É o que prevê  Paulo Artaxo, especialista, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP) e um dos 12 brasileiros que estão na lista dos 4 mil cientistas mais influentes do mundo.

Artaxo, que estuda a Amazônia desde 1984, diz que a pressão internacional é o único caminho para garantia da estrutura da legislação ambiental brasileira, construída a “duras penas” nos últimos 30 anos.

O especialista concedeu entrevista à BBC News Brasil na última quinta-feira, dia 27, no momento em que começou a ser noticiada a resposta do presidente Bolsonaro, de que a Alemanha teria muito o que aprender com o Brasil, aos comentários feitos pela chanceler alemã Angela Merkel sobre a política ambiental brasileira.

Em crítica ao governo de Bolsonaro, que segundo ele, tem como uma das principais bandeiras o não cumprimento da lei, o cientista diz que o governo tem dificuldade no cumprimento da legislação e é seletivo com as  leis, deseja cumprir somente o que lhe convém, seja uma lei a respeito de cadeirinhas de segurança para criança no carro ou o cadastro ambiental rural na Amazônia.

“É a primeira vez no Brasil a gente tem um governo que vai contra sua própria razão de existência, que é dar um ordenamento jurídico para um país como o Brasil”, declarou.

A reportagem da BBC News diz que “estudos científicos recentes, mostram que, desmatada uma área de 40% da floresta, o restante não consegue sustentar o funcionamento de um ecossistema de uma floresta tropical chuvosa e, nesse cenário, parte da floresta poderia virar cerrado. A Amazônia já perdeu 20% da cobertura original.”

Paulo Artaxo acredita que o tema do desmatamento na Amazônia é uma questão “absolutamente crucial” para a estabilidade do clima do planeta.

Leia a reportagem no site da BBC News Brasil.

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Foto: Divulgação/Ibama