Em via contrária a Bolsonaro, MPF debate desmilitarizar polícia

Publicado em: 06/08/2019 às 06:40 | Atualizado em: 06/08/2019 às 06:40
O Ministério Público Federal (MPF) vai debater a desmilitarização das polícias estaduais em evento marcado para o próximo dia 13, na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.
Na contramão dessa ideia, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), defende que a polícia seja cada vez mais equipada e armada para o combate à violência e criminalidade.
Entre os principais assuntos em debate estão os impactos da militarização na violência policial, registrada principalmente no dia a dia das regiões de periferia das cidades, mas também nas zonas rurais, territórios indígenas e tradicionais.
“Desmilitarizar a polícia: segurança pública e direitos humanos” é o tema do debate que vai tratar da violência policial e justiça criminal sob a ótica do respeito aos direitos humanos.
O racismo e a desigualdade estrutural no Brasil são fatores que norteiam a escolha desses temas pela Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional, do MPF, em parceria com a ong Justiça Global.
A discussão envolve ainda a lógica de guerra e controle na segurança pública brasileira.
Leia mais
“Tem que morrer igual barata, pô”, diz Bolsonaro sobre morte de suspeitos por policiais
Quem debate e as inscrições
Uma exposição fotográfica vai servir de complemento à sensibilização dos envolvidos com o debate.
O escritor e doutor em ciência política Luiz Eduardo Soares, especialista em segurança pública, é um dos debatedores do evento.
Chefe de gabinete do senador Major Olímpio (PSL-SP) e diretor da Federação Nacional de Oficiais Militares Estaduais, o coronel da Polícia Militar de São Paulo Elias Miller é outro convidado para as discussões.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link Inscrições debate desmilitarizar a polícia. São 70 vagas, sendo 50 para o público interno e 20 para o externo. O prazo é até o próximo dia 8 para o público interno do MPF, e dia 12 para o público externo.
Leia mais
OAB-AM repudia “estímulo à violência” e “espírito beligerante” de Bolsonaro
Foto: BNC Amazonas