Por Neuton Corrêa , da Redação
O governo brasileiro informou na noite desta segunda-feira, dia 26, que vai rejeitar os R$ 121 milhões oferecidos pelo G7 para ajudar o Brasil a combater as queimadas na Amazônia.
O jornal Folha de S.Paulo informa nesta terça-feira, dia 27, que a recusa tem como finalidade evitar crédito político ao líder francês Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro trocou farpas no fim de semana.
Ontem, o presidente da França acirrou o antagonismo com o colega do Brasil ao defender um estatuto internacional para a Amazônia.
Acordo de Paris
No fim da noite, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, postou uma nota lembrando que os países ricos já possuem mecanismos para ajudar a Amazônia.
O texto lembra o Acordo de Paris, de 2015, que prevê mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2020.
“Compromisso que não está sendo cumprido nem remotamente”, destaca a nota do Brasil.
A doação estrangeira já era dada como bem vinda pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que já falava ontem até em critérios para a utilização dos recursos.
“Quem vai decidir como usar recursos para o Brasil é o povo brasileiro e o governo brasileiro. De qualquer forma, a ajuda é sempre bem-vinda”, disse em evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi). Leia mais.
O “não” de Bolsonaro às maiores potências do planeta será formalizado quando a ajuda for formalizada.
A recusa de Bolsonaro se soma aos R$ 133 milhões que o Brasil perdeu da Noruega e os R$ 155 milhões da Alemanha do Fundo Amazônia.
Os dois países suspenderam a doação após declarações do presidente brasileiro sobre questões ambientais e mudanças na governança do fundo.
Reunião com governadores
A decisão do Planalto em não aceitar a ajuda dos países ricos precede o encontro que os nove governadores da Amazônia brasileira terão com Bolsonaro nesta terça-feira, dia 27.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), por exemplo, adiou esta semana ida para o interior do estado para participar desta reunião com Bolsonaro.
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Foto: Divulgação/FAB