Chefe do Ibama no Pará é demitido após criticar operações do órgão

Mariane Veiga
Publicado em: 11/09/2019 às 10:18 | Atualizado em: 11/09/2019 às 10:29
O Ministério do Meio Ambiente exonerou o superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, coronel Evandro Cunha, após ele ter criticado operações do órgão.
O coronel havia afirmado que iria parar a destruição de equipamentos apreendidos em garimpos ilegais no estado.
A determinação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, dia 11.
A declaração foi dada durante audiência pública em Altamira, no sudoeste do Pará, na segunda-feira.
A destruição de produtos e instrumentos usados em crimes ambientais é autorizada pela legislação ambiental quando não for possível retirar os equipamentos da mata.
De acordo com o G1, no Pará, grupos de garimpeiros vêm respondendo com violência e protestos às fiscalizações feitas pelos órgãos ambientais na região. No dia 30 de agosto, agentes do Ibama foram alvos de tiros próximo a uma área indígena.
Para a Polícia Federal, os criminosos queriam intimidar as ações de combate a garimpos ilegais na região.
Na audiência pública, o superintendente, nomeado em 4 de setembro, disse que seguia ordens do governo federal.
“Fiquem certos que isso [a destruição de equipamentos] vai cessar, entendam que nós somos únicos, mas vamos trabalhar diuturnamente para acabar com essa problemática de estarem danificando patrimônio alheio. O trabalhador merece respeito, e terá o respeito do governo federal. Eu sou soldado e eu sei cumprir ordem, a ordem que recebi foi para parar com isso daí”, declarou.
O Ministério do Meio Ambiente informou que não houve nenhuma determinação para preservar maquinários.
Já o Ministério Público Federal (MPF) do Pará pediu à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) que as ações de fiscalização ambiental tenham apoio da Polícia Militar (PM) do estado.
O pedido ocorreu após denúncias de que a PM estava recusando dar apoio a funcionários do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
Leia matéria no G1.
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Foto: Divulgação/ Ibama