Cientistas descobrem, agora, o poder do poraquê da Amazônia

Mariane Veiga

Publicado em: 12/09/2019 às 10:55 | Atualizado em: 12/09/2019 às 10:55

O Electrophorus electricus, o poraquê, é um peixe-elétrico típico da Amazônia e pode medir mais de dois metros de comprimento. A espécie encontrada é capaz de dar um choque oito vezes maior que uma tomada.

Além disso, a enguia elétrica faz parte de um grupo de 250 espécies capazes de produzir eletricidade de forma natural, conforme o The Guardian.

Segundo os pesquisadores, as espécies recém-descobertas podem revelar uma “diversidade oculta” de funções “de interesse para o meio científico”.

O grande diferencial é que enquanto alguns peixes podem descarregar uma voltagem de 10 V a 15 V para comunicação e navegação, o poraquê utiliza uma descarga de 600 V para caça e defesa.

Após 250 anos da descoberta do peixe-elétrico, um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e norte-americanos constatou que existem três tipos diferentes de poraquês.

Uma dessas espécies produz uma descarga elétrica de 860 volts, uma voltagem oito vezes maior que as tomadas de 110 V.

“No entanto, a duração da descarga é bastante reduzida, de um a três segundos”, afirmou Carlos David de Santana, pesquisador brasileiro do Museu Nacional de História Natural dos EUA.

O estudo faz parte de um projeto que pretende mapear todos os peixes elétricos da América do Sul. Até o momento, os pesquisadores coletaram 107 espécimes vivos de poraquês com o objetivo de estudar as possíveis diferenças morfológicas, genéticas e elétricas.

Segundo de Santana, os resultados do estudo mostram a grande diversidade amazônica, bem como ressaltam a importância de protegê-la.

Apesar de seu poder, sua voltagem não é letal ao ser humano, já que seu choque é rápido e possui uma amperagem muito baixa.

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Foto: Sideney Oliveira/ Agência para fotos públicas