Sefaz-AM acha difícil reduzir ICMS dos combustíveis, mas admite estudo

Redução foi sugerida por Bolsonaro após alta do petróleo com ataque dos EUA no Oriente Médio

Governo castiga brasileiro com mais aumento nos combustíveis

Neuton Correa

Publicado em: 04/01/2020 às 18:00 | Atualizado em: 04/01/2020 às 19:50

Neuton Corrêa, da Redação

 

A equipe econômica do governo avalia que o Amazonas não pode abrir mão de receitas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da venda de combustíveis, conforme sugeriu nesta sexta-feira, dia 3, o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Apesar disso, caso seja preciso, os técnicos admitem a hipótese, mas precedida de estudo aprofundado de impacto na arrecadação do Estado.

A recomendação está em breve nota que técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) enviaram neste sábado ao governador Wilson Lima (PSC).

A redução do imposto estadual foi sugerida pelo presidente Bolsonaro depois da alta do barril de petróleo causada pelo ataque norte-americano que matou na quinta-feira, dia 2, o general iraniano Qassim Suleimani, provocando uma crise no Oriente Médio e deixando o mundo em estado de alerta.

Bolsonaro fez até apelo aos governadores:

“A gente apela para governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20% o preço do ICMS. Não dá para uns governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde. Quando você mexe em combustível, toda a nossa economia é afetada”, declarou ele no fim da tarde de sexta-feira, dia 3.

Mas o abatimento fiscal sugerido por ele para enfrentar uma iminente disparada do petróleo no mundo não é assunto tão simples.

A venda de combustíveis responde por cerca de 20% da arrecadação dos estados, alerta a nota técnica da Fazenda estadual.

“Por oportuno, vale destacar que o ICMS sobre o petróleo e seus derivados possui um papel relevante na política tributária dos estados, representando cerca de 20% da arrecadação, de acordo com dados do Confaz”, diz a orientação que Sefaz enviou ao governador.

Antes de indicar a medida que Wilson Lima poderá tomar, os técnicos orientam cautela, dizendo que é preciso esperar a extensão da crise.

“Primeiramente será preciso verificar se as tensões entre o Irã e os Estados Unidos se estenderão por um longo período de tempo e, em caso afirmativo, qual será o reflexo na elevação do preço do petróleo no mercado internacional”, recomenda a nota.

Na avaliação dos técnicos, caso a crise seja pontual, o preço do petróleo voltará ao normal em curtíssimo prazo sem necessidade de revisão tributária.

“Contudo, é importante observar desde já que caso as tensões entre o Irã e os Estados Unidos sejam pontuais, o preço do petróleo voltará a normalidade no curtíssimo prazo sem necessidade de qualquer revisão tributária.”

 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado