Preço do combustível em Manaus não cai só com redução nas refinarias, diz Cidade

por Israel Conte, da redação

O deputado estadual Roberto Cidade (PV), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), afirmou que a redução do preço dos combustíveis nas refinarias da Petrobrás, pouco impacta nas bombas dos postos de Manaus.

Segundo o parlamentar, a grande maioria dos empresários no estado compra combustível direto do exterior.

O comentário do deputado nesta segunda-feira, dia 3, em entrevista ao BNC Amazonas, referia-se à postagem feita ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que questionou porque o preço da gasolina e do diesel baixa nas refinarias, mas não diminui nos postos.

“A maior distribuidora daqui compra 80% de fora. Eles [donos de postos e de distribuidoras] compram diretamente de outros países, via navios-tanque. Isso tudo está no relatório da CPI”, declarou o deputado.

Depois, por telefone, Cidade completou que os grandes atrativos, segundo os empresários ouvidos pela CPI,  são a “melhor qualidade do combustível” e “prazo de pagamento mais elástico” oferecidos por fornecedores dos Estados Unidos e países do Oriente Médio.

Na conta dos governadores

Ainda em seu post nas redes sociais, Bolsonaro colocou na conta dos governadores o fato dos valores não baixarem nas bombas, apesar de medidas de alívio tomadas pelo governo federal.

“Porque os governadores cobram, em média, 30% de ICMS sobre o valor médio cobrado nas bombas dos postos e atualizam apenas de 15 em 15 dias, prejudicando o consumidor”, respondeu em seguida.

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Bolsonaro disse que, “como regra”, os governadores “não admitem perder receita, mesmo que o preço do litro nas refinarias caia para R$ 0,50 o litro”.

O presidente também disse que vai encaminhar ao Congresso um projeto de lei para que o ICMS de combustíveis, recolhido pelos estados, tenha um valor fixo por litro.

Wilson responde

Hoje, o governador Wilson Lima (PSC) reagiu ao post do presidente da República. 

Wilson disse que não são apenas os tributos estaduais que pesam na composição do preço. Há também os do governo federal.

Além disso, afirmou que cabe ao governo do presidente da República a política de controle de preço, e não aos governadores.

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CPI

O relatório final da CPI dos Combustíveis da ALE-AM e outros documentos que apontam indícios de cartel nos postos de combustíveis de Manaus foram entregues na sede da Polícia Federal, na semana passada, pelo deputado estadual Álvaro Campelo (Progressistas).

“Fizemos tudo o que estava na competência da CPI. Nosso relatório indicou indícios de cartel, sim, mas também vimos uma coisa interessante. Durante a CPI, em Manaus, a gasolina estava sempre entre as mais baratas do Brasil”, lembrou.

*Colaborou Aguinaldo Rodrigues

Foto: BNC Amazonas