Weintraub diz a senadores que gráfica causou problemas ao Enem

Abraham Weintraub disse que "em respeito à Justiça, que estava avaliando o que houve”, preferiu ficar em silêncio sobre a correção do Enem. 

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 11/02/2020 às 15:25 | Atualizado em: 11/02/2020 às 15:25

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta terça-fera (11), que a divulgação do resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste ano, foi alvo do que chamou de “chuva de fake news”. E acrescentou que o problema se deu na impressão. 

Convidado na Comissão de Educação (CE) do Senado, para explicar o problema ocorrido, o ministro justificou por que não se pronunciou pessoalmente depois de identificado o problema.  

Weintraub disse que “em respeito à Justiça, que estava avaliando o que houve”, preferiu ficar em silêncio sobre a correção do Enem. 

Aos senadores, o ministro da Educação disse que o erro se deu na gráfica na hora da impressão. 

Para ele, o mesmo problema pode ter acontecido em outras edições do Enem sem que ninguém ficasse sabendo.  

“Não dá pra afirmar [sobre ter acontecido o mesmo erro no passado] nem que sim, nem que não, mas esse tipo de processo pode ter acontecido no passado.” 

  

Inconsistência no Enem 

Segundo o ministro, ao interagir com internautas logo após a divulgação do resultado do Exame, ele mesmo percebeu que havia uma inconsistência no segundo dia de prova e alertou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).  

Os erros, ressaltou o ministro, foram corrigidos antes da abertura das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). 

Weintraub afirmou que todos os gabaritos dos mais de 5 milhões de inscritos foram checados e rechecados várias vezes utilizando os quatro gabaritos existentes e que, por isso, nenhum estudante foi prejudicado. 

Weintraub também disse aos senadores que as pessoas que procuraram o MEC para reclamar de problemas no exame foram divididas em três grupos: o primeiro, formado por “militantes, que se faziam passar por um aluno, entravam colocando terror na rede, e a gente descartava”.  

De acordo com o ministro, outro grupo era formado por pessoas “que não estavam entendendo o processo, e nós orientamos”.  

O terceiro grupo, segundo ele, “foi o de alunos que foram mal, mas disseram que ‘a culpa era do Weintraub‘.

Os pais nos procuraram, nós checamos as provas e vimos que haviam tirado a nota mesmo”.  

De acordo com o ministro, 5,1 mil estudantes – excluindo os treineiros – foram atingidos.  

“Estatisticamente o impacto foi irrelevante, mesmo assim o MEC entrou com um processo administrativo contra a gráfica.”  

Abraham Weintraub acrescentou que já foi aberto novo processo de licitação para a contratação de uma nova gráfica para a realização do exame de 2020.  

 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado