“Morte anunciada”. Essa foi a expressão do deputado Serafim Corrêa (PSB) para explicar à Suframa o alcance do decreto de Bolsonaro para o IPI dos concentrados da ZFM.
De acordo com ele, o Imposto sobre Produtos Industrializados é o incentivo que atrai empreendimentos à ZFM.
“Quanto mais alto for, mais atrativo será. Quanto mais baixo for, menos atrativo será”. Consequentemente, não é por outra razão que as empresas foram para Manaus fabricam produtos com IPI alto, explicou.
Como resultado, se o IPI cair para próximo de 0% as empresas sairão da ZFM, prevê o deputado.
Segundo ele, quando as indústrias de bebidas que usam concentrados se instalaram no Amazonas o IPI era 40%.
“E ao longo dos anos foi caindo. Chegou a 20%, caiu para 4%, depois 8%, 10%, voltou a 4% e agora vai para 8%, mas em dezembro volta a 4%”.
Enquanto isso, “o governo continua fazendo juras de amor à ZFM”, disse Serafim.
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Bolsonaro sentencia de morte polo de concentrados da ZFM
O que traz o decreto
Portanto, analisando o decreto de Bolsonaro, publicado hoje, dia 21, ele vê três possibilidades.
Primeiramente, é anúncio de morte lenta da ZFM pela insegurança jurídica.
E por fim, é um prazo do governo para as empresas se mudarem do polo industrial do Amazonas.
E a terceira é recado para investidores que pensam em ir para a Zona Franca de Manaus. “Não venham porque a insegurança jurídica é total”.
De acordo com o deputado, que é economista, o capital não gosta desse ambiente de negócios, por razões óbvias.
“Aliás, nenhum cidadão gosta de instabilidade. Quem vislumbrar outra hipótese, que explicite”. Disse ainda aos que defendem a medida de Bolsonaro:
“Só não vale acreditar em papai Noel e na estória do boto tucuxi”.
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Impacto na indústria de concentrados
É com base em números da própria Suframa, que defende a medida de Bolsonaro como positiva para a ZFM, que Serafim justifica a existência do setor de concentrados.
De início, gera 7 mil empregos, na capital e no interior do estado.
Depois, esse polo tem 25 empresas, com faturamento de R$ 8,7 bilhões em 2017.
Tais dados são do setor de estudos econômicos da própria Suframa, cujo chefe comemora a insegurança jurídica com um decreto de seis meses.
Como conclusão de sua análise, Serafim afirma que, ao fim desse prazo, com a alíquota voltando a cair, as empresas não verão viabilidade de seguir na ZFM.
* Texto organizado com informações da assessoria de comunicação do deputado
Foto: BNC Amazonas