O governador Carlos Almeida (PRTB) vê como preocupante o decreto de Bolsonaro sobre IPI dos concentrados da ZFM. “Falando especificamente do polo de concentrados, isso [alíquota do IPI], se implementado, é uma catástrofe”.
Por exemplo, ele citou o município de Maués, “que depende de uma conexão muito forte com a Coca-Cola para produção do concentrado”.
De acordo com o governador em exercício, “não podemos ficar recebendo prazo para o cadafalso”. Disse ainda que a fixação de prazo de seis meses à alíquota do imposto mata o setor.
“Isso nos deixa em extremo estado de alerta e nós já estamos fazendo uma coordenação com a bancada e o Governo do Estado. Um trabalho se inicia já logo após o carnaval para reversão desse quadro”.
Suas afirmações foi em entrevista hoje, dia 21, ao BNC Amazonas e Rede Tiradentes. O senador Omar Aziz (PSD), coordenador da bancada no Congresso, participou dessa conversa, ao vivo.
Para Omar, Carlos Almeida é conhecedor da questão jurídica e vai dar forte contribuição a favor da ZFM. O senador cogita recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o decreto de Bolsonaro.
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Pedra cantada E desde ontem, na reunião do CAS, o conselho da Suframa, o governador já antevia esse ataque à ZFM. O lançamento de consulta pública pela Sepec, para alterar o PPB de televisores, já sinalizava isso.
“Nós não podemos permitir que isso aconteça. Temos uma obrigação com o Amazonas, que é a manutenção do nosso modo de vida. E esse modo de vida desenhado tempos atrás tem demonstrado resultado para o mundo ver”, afirmou Carlos Almeida.
A Sepec, uma secretaria especial dentro do Ministério da Economia de Paulo Guedes, é que manda na Suframa.
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Com prosa e poesia, Carlos Almeida faz duro discurso em defesa da ZFM
Má vontade do Planalto Como consequência do zero entendimento que Bolsonaro tem de questões econômicas, como já declarou, detratores da ZFM crescem em momentos como o de agora.
Essa é avaliação que Carlos Almeida faz do espaço que Bolsonaro dá para medidas contra o polo industrial do Amazonas.
“Nós vimos enfrentando uma luta de Davi contra Golias aqui no Amazonas contra o resto do Brasil já há muito tempo para poder fazer a manutenção dos incentivos fiscais, os quais o Paulo Guedes critica”.
E completou o governador:
“Recentemente, mais uma vez, o Paulo Guedes acabou dizendo que aqui no Amazonas não há sentido de se ter zona franca porque não se tem mercado”.
De acordo com Carlos Almeida, “é justamente pelo fato de estarmos aqui, isolados do resto do Brasil, que é necessária uma política de incentivos”.
Porque o estado não pode ser “demonizado” pela existência do modelo é que o governo já trata a sobrevivência da ZFM como ordem do dia, afirmou o governador.
Foto: BNC Amazonas