Escola cívico-militar afasta professores que tentaram aderir a sindicato
O responsável pela escola disse que os professores devem ter perfil adequado com ‘valores, ética e lealdade profissional’

Mariane Veiga
Publicado em: 24/02/2020 às 12:04 | Atualizado em: 24/02/2020 às 12:37
Uma escola cívico militar em Rondônia, dirigida pela Polícia Militar (PM), determinou o afastamento de dez professores por terem demonstrado interesse em participar de sindicato da categoria.
O caso aconteceu na última quinta-feira, dia 19, no colégio Tiradentes, em Porto Velho.
Os professores sinalizaram interesse em participar de uma assembleia promovida pelo Sintero (Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia).
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Após isso, o diretor da escola, capitão da PM Jeferson Bezerra Pires, encaminhou ofício para a secretaria de Educação de Rondônia comunicando a “devolução de servidores”.
No documento ele destaca que os profissionais “não apresentaram o perfil exigido pelo sistema de ensino militar”.
Para ele, os servidores cedidos ao colégio devem possuir um perfil condizente com “valores, ética e lealdade profissional”.
Contudo, a Constituição garante a livre associação a sindicatos e não há exceção para as escolas com gestão compartilhada com a PM.
O Sintero afirmou que o ato “não condiz com o Estado Democrático de Direito” e repudiou a “atuação ditatorial, arcaica e opressora, por motivação política”.
O colégio é uma das cerca de 120 escolas com gestão compartilhada com a PM projetadas pelo governo Jair Bolsonaro para expansão de unidades cívico-militares.
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Foto: Reprodução/Carta Capital