Fieam prevê três meses duros à ZFM, com demissões e baixa produção

Falta de matéria-prima às empresas da ZFM pode detonar efeito cascata na economia

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Aguinaldo Rodrigues, da Redação

Publicado em: 20/03/2020 às 11:08 | Atualizado em: 20/03/2020 às 12:54

A Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) prevê que a ZFM e a economia do estado vão passar por 90 dias de “furacão”. De acordo com o presidente da entidade, Antônio Silva, isso vai resultar em demissões e queda na produção das empresas da Zona Franca de Manaus.

Essa preocupação foi manifestada neste dia 18 ao Governo do Estado. O governador Wilson Lima (PSC) se reuniu com representantes da indústria e comércio na estratégia de combate ao coronavírus.

Conforme Silva, o forte impacto na economia é inevitável e já está acontecendo. E esse encontro com o gabinete de crise do coronavírus foi para apresentar as dificuldades enfrentadas por esses segmentos.

Como resultado desse cenário, agravado a cada dia, as principais preocupações da indústria e comércio são com a falta de insumos. Consequentemente, queda na produção e falta de produtos no comércio.

E há ainda uma preocupação decorrente, que é a demissão de trabalhadores do distrito industrial e das lojas.

 

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Peso dos insumos asiáticos

Além da China, outros países asiáticos são dos principais fornecedores de insumos para fábricas na ZFM e no país.

Silva cita, por exemplo, o polo de brinquedos como um dos principais atingidos “porque hoje quase tudo vem da China”.

Por enquanto, as empresas no Amazonas não pararam sua produção, mas Silva admite que o ritmo de produção diminuiu. O quanto isso vai se refletir no faturamento ainda não é possível estimar, segundo ele.

Em suma, o representante da indústria da ZFM estima em 30 dias o período que o estoque suporta.

Para além disso, ele disse ser otimista que tudo vai voltar à normalidade. Sua aposta é porque os fornecedores de componentes da Ásia já estão voltando a produzir.

 

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Comércio busca saídas

No encontro com o governador, representantes do comércio, incluindo lojas, shoppings, supermercados, a decisão de momento é que não haverá restrição.

Contudo, se os números da doença continuarem em evolução, é quase certo que o Amazonas siga medidas que já vêm acontecendo em outros estados. Por exemplo, o fechamento total de locais onde possa haver aglomeração de pessoas.

Algumas providências, de iniciativa própria do segmento comercial, já vêm sendo adotadas. Como a da Associação Brasileira dos Shoppings (Abras), que emprega 11 mil pessoas em centros de compras na capital. O horário de funcionamento das lojas passou para das 12 às 20h.

Entidade representativa de bares e restaurantes, a Abrasel evita a aglomeração de pessoas com entregas em domicílio, o serviço delivery.

De acordo com a associação, o setor emprega 80 mil pessoas no Amazonas.

 

Foto: Lucas Silva/Reprodução portal Em Tempo