Vem da dor, do pânico, o grito mais forte a mostrar a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) para o país.
Não com sentimento de prazer ou satisfação. Não!
Porém, o cenário global provocado pelo coronavírus ressalta certezas e equívocos sobre o modelo do Amazonas, da Amazônia, da região Norte.
Primeiramente, a solução imediata à recessão global contradiz a atuação do governo à política fiscal da ZFM .
Ainda mais neste momento, em que nova crise na economia se acentua a cada dia. Por exemplos, a guerra do petróleo, que leva bolsas de valores a cair no mundo e a disparada diária do dólar.
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Exemplos na contramão
Como bem avalia o presidente da Eletros, José Jorge Júnior, ao apontar risco de paralisação da indústria do Amazonas e de todo o país pela falta de insumos oriundos da China.
Conforme o executivo da entidade nacional, há outros sinais que expõem a inutilidade da birra do governo Bolsonaro com a ZFM. Consequentemente, esses sinais são, na verdade, alertas de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o governo deveriam ter preocupações mais republicanas com o país.
Por exemplo, o desemprego no país, crescente a cada dia. A cizânia entre os três poderes da República, que vai levar o brasileiro às ruas neste dia 15 para manifestações.
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Coronavírus e a solução
Como resultado a coroar todo esse cenário que já não era bom, o coronavírus chega ao Brasil com relativa força.
Será, Bolsonaro e Guedes, que nesse cenário é prudente e hora de reformar o sistema tributário e abrir o comércio para o mundo, ferindo de morte a ZFM?! É o que questiona José Jorge Júnior.
E, que solução é essa, à qual o governo Bolsonaro está na contramão?
Trata-se da cobrança que Fundo Monetário Internacional (FMI) faz aos países para aliviar as consequências econômicas da pandemia.
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ZFM é solução
De acordo com o fundo, a solução para não se romper relações econômicas entre trabalhadores, empresas e o mercado financeiro é o papel que a ZFM cumpre. Portanto, são subsídios e isenções tributárias para que não se quebre essas relações a solução sugerida pelo FMI.
Dessa forma, a ZFM tem um largo cardápio fiscal para socorrer o mundo.
É mais do que hora de o governo Bolsonaro parar de atacar o modelo ZFM, que faz antes mesmo de escalar a rampa do Planalto. Naquele momento já o chamava de “ruim e que custa bilhões ao Brasil “.
Para resumir, o coronavírus acaba dando ao governo uma boa oportunidade de se redimir. Para isso, basta vender a ZFM como reserva de segurança econômica e social.
Tão importante quanto é que, agindo assim, Bolsonaro e Guedes vão amenizar incompreensões com a ZFM. Elas ainda são presentes em muitos governos e parte da sociedade sobre incentivos fiscais à região amazônica.
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República