Os governadores dos estados da região Norte se reúnem hoje (25), às 15h, por teleconferência. Pauta principal: discutir pronunciamento de ontem do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com eles, o discurso foi na contramão das medidas adotadas nos estados contra o coronavírus.
Por exemplo, Bolsonaro quer o fim do confinamento que o seu próprio governo e os estaduais têm orientado.
No Amazonas, o governador Wilson Lima (PSC) já mostrou sua reação. Em vídeo, peitando Bolsonaro, ele disse que não voltará atrás de seus atos.
“Não vamos voltar atrás de nenhuma das medidas restritivas tomadas em decorrência do coronavírus”.
E acrescentou:
“Minha prioridade é proteger o povo do estado do Amazonas”.
Leia mais
Wilson peita Bolsonaro e mantém restrições de confinamento no AM
Discurso não é comum
Durante a crise com as queimadas na Amazônia, em 2019, Wilson teve papel moderador nas discussões nacionais.
Mas, politicamente, os governadores da região ainda não têm um discurso comum.
Além disso, entre os sete líderes regionais, há divisão de alinhamento e posicionamento em relação a Bolsonaro.
Por exemplo, Antônio Denarium (Roraima), Coronel Marcos Rocha (Rondônia) e Gladson Cameli (Acre) seguem o presidente.
Já o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), foi o primeiro do Norte a se rebelar contra Bolsonaro.
Fez isso na semana passada, quando o presidente chamava o coronavírus de “gripezinha”. Além disso, acusava os governadores de adotar medidas histéricas.
Leia mais
Silêncio de Bolsonaro
Quanto ao governador do Amapá, Waldez Góes, é do PDT, partido de oposição ao governo Bolsonaro. Portanto, já se posicionou contra o pronunciamento do presidente.
Ontem, Valdez lembrou que na última reunião dos governadores com Bolsonaro, dia 24, este cometeu omissão.
“O presidente teve a oportunidade de expor suas opiniões ao debate nas conferências com os governadores. Por algum motivo, preferiu o silêncio”.
Por outro lado, o governador do Tocantins, Mouro Carlesse, é do DEM. Este é o partido dos presidentes do Senado, David Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia. Os dois chefes do Legislativo criticaram duramente o pronunciamento presidencial.
Carlesse, assim como outros governadores, não recuou do confinamento que impôs ao povo de seu estado contra o coronavírus.
Foto: Diego Péres/Secom